ALINE FEITOSADA EQUIPE DO DIARIO
Um espaço para shows de verão. Parece ser essa a vocação da Fábrica Tacaruna, prédio adquirido em 2000 pelo governo do estado com o propósito de ser reformado e transformado em um centro de formação cultural. Passaram-se oito anos da gestão de Jarbas Vasconcelos, mais de R$ 14 milhões foram investidos no local e o espaço continua lá, com ares de abandono.
Do montante saído dos cofres estaduais, R$ 5,5 milhões foram investidos na obra de recuperação do pátio externo da fábrica, paisagismo, pavimentação da via de acesso, iluminação e construção de área para eventos, segundo dados publicados no Diário Oficial do Estado em setembro do ano passado.
A obra foi concluída, mas já sofre aparente desgaste. Canteiros maltratados, lixo pelo chão. O local está nas principais pautas de grandes shows e festivais até o final do verão 2007/2008. O estilo musical dos eventos, contraditoriamente, é daqueles que desagradam o gosto do atual secretário de Cultura, Ariano Suassuna, declaradamente contra à chamada "cultura de massa".
No último sábado, a fábrica abrigou o Samba Recife, que reuniu milhares de pessoas que pagaram R$ 20 para conferir dezenas de grupos de pagode. Já estão agendados outros shows, como os festivais Music PE, Trivela e até o pagodeiro Belo. Mas quem cede a fábrica para a realização desses eventos? É aí que começa uma história já vista antes. Se por oito anos o projeto do Centro de Formação do Complexo Cultural Fábrica Tacaruna ficou "sem dono" - quando a então Secretaria de Educação e Cultura empurrava as responsabilidades para a Fundarpe e vice-versa - a situação se repete.
Nos últimos dois dias, a reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação, que não respondeu às dúvidas colocadas. Quem cede o terreno? Há repasse de ISS ao município? Quanto o governo estadual arrecada com cada festa realizada? Como conseguir uma pauta para evento na Tacaruna? Quais os projetos e quanto será investido na fábrica?
A novidade, anunciada por meio da assessoria de imprensa da secretaria é que o local será uma escola técnica, focada na produção cultural. "O projeto será apresentado ao governo federal, que em abril anunciou investimentos em escolas técnicas de Pernambuco.
Essa decisão foi tomada por um grupo de trabalho para o novo projeto da fábrica, comandado pela Casa Civil e composto por membros da Fundarpe e das secretarias de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e de Educação", explica a assessora de imprensa, Samara Arcoverde, que por fim não conseguiu viabilizar uma entrevista com o secretário de Educação, Danilo Cabral. A dica foi: "procure a Fundarpe. Luciana Azevedo está autorizada a falar sobre o assunto".
Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe, órgão diretamente vinculado à Secretaria de Educação, atendeu à repórter assim que solicitada, porém não respondeu a todas as perguntas. "Quem gerencia a Fábrica Tacaruna é a Secretaria de Educação", repassou Luciana, para explicar a falta de informações sobre orçamento, porém com discurso firme sobre a proposta do governo para o espaço. "A discussão sobre a FábricaTacaruna está sendo retomada. O projeto está inserido no plano de desenvolvimento cultural do estado, do programa Pernambuco nação cultural. A fábrica será a estação central que integrará toda a cultura de Pernambuco". Ainda segundo ela, o governo pretende lançar edital de licitação para o início das obras do prédio principal da fábrica em 2008.
http://www.pernambuco.com/diario/2007/10/03/viver12_0.asp
OPINIÃO DO OLINDA URGENTE
A Fábrica Tacaruna é território de Olinda. Usurpado por governantes do passado. Olinda é a primeira Capital da Cultura. É impressionante o silêncio da Prefeitura de Olinda sobre este importante equipamento cultural. Temos que lutar para que a Fábrica Tacaruna seja gerenciada pelo seus legítimos donos, os olindenses.
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