Felipe Lima
Especial para o JC Online
A tarde do Sábado de Zé Pereira em Olinda foi a opção para quem não teve disposição suficiente para encarar o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada. E foram muitos os foliões que povoaram a ladeira da Sé, os Quatro cantos e a frente da Prefeitura, entre os pontos já consagrados. Fantasias criativas; pistolinhas de água usadas para "chegar" no pretendente ou na pretendente; irreverência; e aquele famoso "clima de paquera" deram a tônica do primeiro dia de folia em Olinda.
Não era preciso andar mais do que dez metros para dar de cara com um grupo de jovens (maioria nas ladeiras da cidade) gritando beija! beija! beija! beija! Sem escapatória, restava ao casal atender ao pedido do povo. E no meio dessa azaração um grupo de freiras fugidas de Maceió (AL) esqueciam que estavam de hábito e caíam no frevo.
Brincavam sem medo de serem repreendidas, afinal, um pouco mais a frente, ninguém menos do que Jesus Cristo abraçava a folia de Olinda. Sete "sapinhas" vindas diretamente de Boa Viagem se proclamavam as mais bonitas do Carnaval. Outros alertavam que a ordem é respeitar a individualidade, ou seja, "cada um no seu quadrado". Na folia democrática do Carnaval pernambucano teve espaço também para os nostálgicos Bananas de Pijamas e até os lápis de cor caíram no passo.
De acordo com a programação oficial, foram mais de 40 blocos desfilando e arrastando os foliões pelas ladeiras. No final da tarde, dois dos mairoes iniciaram os trabalhos. O Ceroula de Olinda saiu do Clube Atlântico animadíssimo. Na mesma hora, no Largo do Mosteiro de São bento descia o Acho É Pouco. Quando o dia começava a dar lugar para a noite, os foliões começaram a se recolher, guardando o resto das energias para o Bairro do Recife (os mais dispostos) e para o dia seguinte (os mais precavidos).
http://jc.uol.com.br/2009/02/21/not_192567.php
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