segunda-feira, 27 de abril de 2009

Olinda: Chuvas de abril deixam moradores em alerta


Moradores dos principais pontos de risco de Olinda temem uma nova tragédia.

J. Vicktor Tigre

Com a chegada das chuvas no começo do mês de abril, moradores de diversos pontos de risco da cidade de Olinda, temem que uma tragédia anunciada venha a acontecer. Apesar da ação preventiva da Prefeitura Olindense, muitos residentes dessas áreas se queixam da falta de obras emergenciais para determinados pontos de risco.
Apesar da iniciativa de antecipar as ações nos morros pelo o projeto Operação Inverno, moradores das zonas de risco acreditam que novas tragédias podem acontecer nos morros da cidade alta.

Moradora há mais de 20 anos na rua da Travessa do São Francisco, Nº16, no Córrego do Abacaxi, D. Maria Alves, 39 anos, reclama do perigo que assombra o seu quintal: “Toda noite quando chove, eu e os meus meninos ficamos acordados e de olho nessa barreira”, relata a ambulante que mora junto com mais duas crianças, ambas menores de idade.

Essa reclamação da Senhora Maria Alves é comprovada em relação aos mais de 2 mil pontos de risco de desabamento em Olinda. Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil de Olinda houve em oito anos, uma diminuição de 50% em relação a quantidade de zonas de perigo de desabamentos no território olindense. Apesar dessa queda, muitos residentes vivem com um pavor constantes agravada com a chegada das chuvas.
“Toda vez é a mesma coisa, eles vem e colocam a lona plástica, mas acho que isso não vai adiantar nada”, afirma o aposentado José Severino Costa, morador do Nº 25 da rua La Paz, no Alto do Sol Nascente. De acordo com José Severino, existem sim ações de prevenção contra desabamentos, mas elas são peridiodicas, ocorrendo apenas no começo da estação chuvosa que vai de maio a agosto.

Já na rua São João, localizada no Córrego da Panela, em Águas Compridas, moradores reclamam que além da rua sem calçamento as águas da chuva cavam as descidas da rua deixando-a no inverno quase intransitável. “Quando pedem para entregar gás, tenho que deixar a minha moto ali encima e descer até a casa que me mandaram”, reclama o entregador de gás, Paulo Batista de Lima, 29 anos. “Tenho medo que algumas tragédias possam acontecer, já que o nosso bairro infelizmente é esquecido pelas as autoridades”, desabafa o motoqueiro.

Em contato com a Coordenadoria de Defesa Civil de Olinda, foi afirmado que nos últimos oito anos reduziram-se de 3 mil para 2 mil os locais vulneráveis a desabamentos no município. E que também foi adiantada as ações nos morros olindenses, através do Projeto Operação Inverno que serão financiados pelo o Programa de Aceleração do Crescimento (governo federal), visando acabar, até 2010, com cerca de mil dos 7,5 mil pontos de risco da região metropolitana do Recife (RMR), onde hoje moram mais de 850 mil habitantes.


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