Deu no Diário de Pernambuco
A licitação para o segundo trecho do Eixo Cicloviário Camilo Simões, cuja primeira etapa foi inaugurada no último domingo, será lançada na próxima semana. A rota de 2,9km contemplará o percurso entre a Fábrica Tacaruna e o Varadouro, em Olinda. A previsão de entrega é dezembro deste ano. Assim como a ampliação das rotas cicláveis, outras diretrizes do Plano Diretor Cicloviário (PDC) estão saindo do papel. Para dar celeridade à execução das propostas, foi relançado ontem o Escritório da Bicicleta.
A instância de gestão participativa do PDC, que chegou a funcionar em 2013, perdendo força em seguida, foi recriada com a participação de representantes de 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) e de outras 30 entidades, dentre as quais participantes da sociedade civil.
“Identificamos que havia um freio no desenvolvimento do PDC, além da questão orçamentária, e o foco era na gestão. Tentamos fazer contato corpo a corpo e percebemos uma enorme dificuldade. O escritório já existia tacitamente, mas ele não era uma instância que contava com reuniões, atas, obrigações”, explicou o gestor de Ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, Jason Torres. A primeira reunião aconteceu ontem, no Centro de Convenções. Apesar de o grupo ser consultivo, ao fim de cada encontro, os participantes deverão sair com obrigações.
Segundo Jason Torres, a principal demanda e meta é a implantação da estrutura cicloviária. “O estado não tem ruas e avenidas. Quem tem são os municípios. Então a gente precisa da colaboração deles para traçar as linhas de implantação, correr atrás de orçamento. Nossa intenção é interferir, potencializar o direcionamento de orçamento para a estrurura cicloviária.” Outro desafio apontado é tirar do papel a malha cicloviária complementar.
Para um dos coordenadores gerais da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) Pedro Luiz Santos, o Escritório da Bicicleta é fundamental para transformar o PDC em realidade prática. “O PDC e a própria gerência de ciclomobilidade dançou entre pastas. A gente vê que a demora está muito ligada a fatores políticos, de simplesmente escantear a bicicleta da prioridade do estado e municípios”, opinou.
Usuário da bicicleta como transporte habitual, o eletricista João Jacomé, 60 anos, utiliza com frequência a via onde será implementado o segundo trecho do eixo cicloviário Camilo Simões. “Já levei muito tranco de motoristas aqui. Uma amiga minha quase foi atropelada por um ônibus”, comentou. O segundo trecho percorrerá a Avenida Agamenon Magalhães, com ciclovia segregada na calçada, margeando o Centro de Convenções. Em seguida, sairá pela Rua Duarte Coelho, como ciclorrota e alcançará o Varadouro. Para o trecho 3, há um diálogo com Olinda e também tratativas para buscar recurso federal.
No mês passado, o estado assinou um termo de cooperação técnica com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), para rever as políticas destinadas a bicicletas e compatibilizar demandas e ações. A cooperação tem duração de oito meses.
Eixo Cicloviário Camilo Simões
Etapa 1
Marco Zero - Fábrica Tacaruna 5,1km
Concluída
Etapa 2
Centro de Convenções - Varadouro 2,9km
Licitação será lançada na próxima semana
Etapa 3
Varadouro - Ciclovia da PE-15 5km
Em fase de prospeção
Etapa 4
Ciclovia da PE-15 - BR-101 10,3km
Será executada entre 2017 e 2018
Etapa 5
BR-101 - Igarassu 10,5km
Será entregue até o fim de 2018
Plano Diretor Cicloviário Lançado em fevereiro de 2014
R$ 1 milhão custo aproximado
590 km de vias destinadas à circulação de bicicletas até 2020
Fonte: Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer
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