sábado, 27 de outubro de 2007

Conjunto Juscelino Kubitschek em Rio Doce

Cidadania pede à SDS que investigue especulação imobiliária

Moradores do Conjunto Juscelino Kubitschek, em Rio Doce, são as vítimas

A Comissão de Defesa da Cidadania da Alepe vai solicitar que a Secretaria de Defesa Social do Estado instaure inquérito para apurar denúncias de que especuladores imobiliários estariam aterrorizando os moradores do Conjunto Habitacional Juscelino Kubitschek, na 4ª etapa de Rio Doce, em Olinda. Eles estariam espalhando a informação de risco de desabamento das unidades residenciais. A presidente do colegiado, deputada Terezinha Nunes (PSDB), disse, ontem, durante a audiência pública que tratou o assunto, que o colegiado deverá se reunir na próxima terça-feira com representantes da esfera federal, estadual e municipal, no intuito de viabilizar um laudo urgente sobre a situação dos 16 prédios interditados. O conjunto tem 152 prédios. A audiência foi solicitada pela deputada Isabel Cristina (PT).

De acordo com Terezinha Nunes, os especuladores divulgam que os prédios estão prestes a ruir, o que deixa as pessoas apreensivas e vulneráveis. "A população fica apavorada e acaba assinando documentos no sentido de buscar indenização da seguradora. É preciso descobrir quem está fazendo isso e tomar providências", afirmou a tucana.

Isabel Cristina propôs que o Governo do Estado disponibilize o Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) para a elaboração do laudo. "Vamos discutir o papel da Caixa, da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) e da Prefeitura do Município de Olinda (PMO) com relação ao assunto", acrescentou a petista. Terezinha informou que, posteriormente, será solicitado um laudo das demais unidades residenciais. Os moradores dos prédios interditados estão morando em locais alugados pela Caixa, mas querem saber se poderão voltar às residências.

O coordenador do Movimento dos Mutuários do Núcleo Habitacional de Rio Doce, Cícero Rodrigues Lage, afirmou que as famílias não querem sair do Conjunto. "Estão tumultuando a questão. Os prédios não correm risco de desabar. Alguns precisam de recuperação e manutenção. O local é privilegiado e há grupos que não aceitam pobres residindo lá", afirmou. Ainda de acordo com Lage, os moradores desejam que a restauração seja feita por meio de financiamento pela Caixa. O Diretor de Controle Urbano de Olinda, Eduardo Monteiro, argumentou que a interdição dos 16 imóveis obedeceu à decisão do Ministério Público. A determinação foi baseada em laudos assinados por engenheiros .

Para o presidente da Cehab, Jorge Carrero, a interdição é fruto da influência de um grupo de advogados sobre os moradores. No entanto, um parecer da Caixa Seguradora garante que os imóveis apresentam condições de moradia.

Também estiveram presentes os deputados Pedro Eurico (PSDB), Luciano Moura (PCdoB), o coordenador-executivo da Defesa Civil de Pernambuco, coronel Daniel da Silva Filho, e representantes de instituições ligadas aos moradores.

http://www.fisepe.pe.gov.br/cepe/materias2007/out/legi01251007.htm

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