Famílias sem médicos entre Olinda e Paulista

Desde fevereiro, Olinda suspendeu atendimento básico a moradores de áreas que considera território de Paulista. Caso gerou polêmica e está sendo investigado pelo Ministério Público nas duas cidades.

Uma disputa entre Olinda e Paulista nos limites dos dois municípios está deixando três mil famílias de Cidade Tabajara, Alto Sol Nascente e Beira Mangue (Rio Doce) sem atenção básica de saúde. Elas eram assistidas por sete equipes do Programa de Saúde (PSF) de Olinda, que desde fevereiro deixou de atendê-las, alegando que residiam no território vizinho. A Prefeitura de Paulista argumenta que os prazos legais para a transferência não foram cumpridos e que precisará no mínimo de 180 dias para assumir a população dispensada por Olinda.

"Não posso deixar de atender os olindenses para servir os moradores de Paulista," defende-se o secretário de Saúde de Olinda, João Veiga, que está sendo questionado no Ministério Público por ter agido apressadamente. Ele garante que até maio as famílias dispensadas do Programa de Saúde da Família de Olinda vão continuar tendo pelo menos pré-natal, tratamento para tuberculose, hanseníase, filariose, hipertensão e diabete nos postos olindenses.

A suspensão do atendimento foi decidida após análise territorial por geoprocessamento, mapeamento por satélite. "Desde outubro do ano passado convocamos a Secretaria de Saúde de Paulista para tratar do assunto e não tivemos resposta. Foi preciso quebrar a hierarquia e comunicar em janeiro, ao prefeito de Paulista que suspenderíamos o atendimento," explica. Segundo Veiga, todas as equipes que deixaram de assistir moradores de Paulista estão nas comunidades atendendo olindenses que antes não tinham direito ao PSF. O programa cobre 66% dos moradores.

Fonte: "Jornal do Commercio", 14/3/2008.

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