quinta-feira, 13 de março de 2008

MAC valoriza seu próprio acervo



Obras de Tereza Costa Rego: "O Bordel" e "A Banheira de Eva"

Coleção é formada por pinturas, gravuras e desenhos de artistas que se consagraram entre as décadas de 1910 e 1980

Júlio Cavani
Da equipe do Diario

Existe um acervo no Museu de Arte Contemporânea (MAC). A afirmação parece óbvia, mas, nos últimos anos, praticamente nenhum trabalho de divulgação foi direcionado para as obras pertencentes à própria instituição, deixadas em segundo plano em relação às exposições temporárias e salões. Essa estratégia muda a partir desta semana, quando fica aberta ao público uma nova exposição que procura valorizar a coleção.

Apesar do nome do MAC, não há obras produzidas depois do ano 2000 entre os trabalhos mostrados na nova exposição. A expressão "arte contemporânea", no caso, se refere a pinturas, gravuras e desenhos de artistas que se consagraram entre as décadas de 1910 e 1980. Há desde paisagens impressionistas do início do século 20 até ilustrações de jornal e abstrações dos anos 60.

Grandes nomes da arte brasileira podem ser encontrados na nova mostra do MAC. De Cândido Portinari, por exemplo, há uma série de quadros da década de 1940 (confeccionados pouco depois de O lavrador de café, de 1939, recentemente roubado e recuperado em São Paulo). De Cícero Dias, são mostradas duas pinturas, de 1962 e 1961, do período mais sombrio de sua carreira, com manchas abstratas, sem referências tropicais.

As obras mais recentes da exposição estão em uma sala especial dedicada à série Sete luas de sangue, de Tereza Costa Rêgo, formada por pinturas de grandes dimensões que reinterpretam fatos históricos como a Guerra de Canudos e a Batalha dos Guararapes. Ela já havia sido mostrada completa há oito anos, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães.

Algumas das salas do museu são reservadas para obras que foram doadas ao museu pelos colecionadores Abelardo Rodrigues, Roberto da Silva e Assis Chateubrinad, fundador dos Associados. Há também um conjunto de jóias criadas por designers pernambucanos na década de 1990 e outras obras adquriridas diretamente pelo MAC.

Na coleção cedida por Chateubriand, além dos quadros de Portinari, há preciosidades como um grupo de paisagens de Telles Júnior, que retratam Pernambuco entre 1877 e 1910. Uma dessas pinturas registra a enchente que tomou conta da Estrada dos Remédios, onde hoje se localiza o bairro de Afogados.

O acervo doado por Roberto da Silva tem a presença de artistas estrangeiros, de países como Japão, Senegal, Peru e, principalmente, Itália. A maioria desses quadros tem o papel como suporte, pois são gravuras, desenhos e aquarelas.

De artistas pernambucanos, a exposição tem obras de nomes como Gil Vicente, João Câmara, Wellington Virgolino, Vicente do Rego Monteiro, José de Moura, Luciano Pinheiro, Lula Cardoso Ayres, Maria Carmem e Roberto Lúcio, além dos brasileiros Luiz Paulo, Baravelli, Marcelo Grassman, Roberto Burle Marx e Di Cavalcanti, entre outros.

Serviço

Exposição do acervo do MAC
Quando: Aberta de terça a domingo
Onde: Rua 13 de Maio, 157,
Varadouro, Olinda
Informações: 3429-2587

http://www.pernambuco.com/diario/2008/03/13/viver13_0.asp

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