Corpo foi encotrado desfigurado pelos tiros de revólver 38 e espingarda 12
Adaíra Sene
Olhares atentos buscavam cada detalhe à mostra do corpo de um rapaz executado na rua Cinco, na 3ª Etapa de Rio Doce, em Olinda. O jovem, identificado apenas como Márcio ou Cachorrada, como era conhecido pelos moradores da área, levou tiros de 38 e de 12, por volta das 10h de ontem. Crianças, idosos, homens e mulheres pararam os seus afazeres domésticos e a diversão do fim de semana para observar o corpo, estendido entre dois carros, que chocava os transeuntes pela brutalidade da execução e estado em que deixou a vítima. A cabeça de Márcio ficou totalmente desfigurada. Além de deixá-lo irreconhecível, o tiro da 12 rompeu parte do crânio e espalhou pedaços da massa encefálica pela via.
O jovem, que aparentava ter cerca de 23 anos, trajava bermuda, camiseta da marca Seaway e estava descalço. Ao que parece Márcio foi baleado em um mangue, nas proximidades da rua Cinco, correu para um beco tentando escapar, foi perseguido e levou o tiro de 12 no local onde o corpo foi encontrado. Segundo moradores, Cachorrada foi assassinado por aproximadamente seis homens e era conhecido na região por seu comportamento “treloso”.
Os primeiros a chegar na cena do crime foram os policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar. O cabo Camassari, responsável pela operação, desconhece o que ocasionou o homicídio devido à falta de informações da população, mesmo o crime tendo acontecido em um horário de tráfego intenso nas ruas, mas há suspeita de briga entre gangues rivais. Fato comum em áreas violentas onde, normalmente, os moradores se calam por medo da retaliação. “Aqui predomina a lei do silêncio, ninguém sabe de nada, ninguém viu nada e por enquanto não temos como afirmar as causas do assassinato”, declarou o policial.
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