sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Falta d'água dificulta combate à dengue no bairro de Águas Compridas

A falta d’água é umas das maiores dificuldades que os agentes da Vigilância Ambiental encontram no combate à dengue, no bairro de Águas Compridas, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). O bairro possui o mais alto índice de focos do mosquito no município.

“Essa falta d’água está demais. A gente que descer para pegar água só lá embaixo”, reclama a dona de casa Edna Santana. “Mal chega por aqui, só de manhãzinha e de madrugada”, confirma o montador Laércio Queiroz, morador do bairro.

Na área de morro, os reservatórios usados para armazenar a água são um convite para que o mosquito transmissor da doença se multiplique. Por causa do racionamento, as famílias precisam manter reservatórios de diversos tamanhos. Em muitos casos, eles não ficam tampados como deveriam. A situação favorece a reprodução do Aedes Aegipty – o mosquito transmissor. Os agentes ambientais alertam: tanques vazios também representam perigo.

“No momento em que não estão cheios, servem de depósito dos ovos do mosquito, que eclodirão quando estiverem na água. Quando está cheio, o mosquito deposita esses ovos numa lâmina d'água de até três centímetros”, explicou a agente ambiental Alexsandra Belo.

A coordenadora de Combate à Dengue em Olinda, Nara Arruda, informou que em aproximadamente 4% de todas as casas de Águas Compridas existem focos do mosquito da dengue. Essa condição é considerada pelo Ministério da Saúde como de alto risco de transmissão da doença. “Em mais de 90% dessas casas ligadas à rede de abastecimento não chega água diariamente. E a nossa visita não tem surtido o efeito nesse combate”, afirma Nara Arruda.

O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), João Bosco de Almeida, informou que o abastecimento em Águas Compridas só será normalizado de forma definitiva com a conclusão do sistema de Pirapama, previsto para 2010.

Enquanto isso, medidas emergenciais estão sendo tomadas. “Autorizamos a perfuração de poços, estamos verificando a medição de desperdício, que é grande na área, e com a instalação de Pirapama esperamos acabar com o racionamento e a área de rodízio”, garantiu João Bosco.


da redação do pe360graus.com

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