terça-feira, 1 de abril de 2008

Chuva, lixo e tombos marcam a vida dos moradores de Caixa D'Água

Em Caixa D’Água, em Olinda, a principal queixa dos moradores é a falta de estrutura do bairro para receber o inverno. Motorista de ônibus da Linha Caixa D’Água – Derby, Antônio Joaquim Silva chega a afirmar que alguns passageiros andam com bolsas nos sapatos para não se sujar em dias de chuva.

Mas se sujar com lama não é a única preocupação dos moradores da comunidade, o risco de pegar doenças infecciosas também atormenta quem precisa sair de casa com as ruas alagadas. “É horroroso, sujeito a pegar doenças. Rato, de tudo que é misturado com lixo, lama”, teme dona Maria Lourdes da Silva.

Seu Luiz Antônio de Souza chama à atenção das autoridades para o problema e compra a situação que vive com a dos políticos. “Isso é muito errado porque nós somos pobres, mas temos nossos direitos. E os prefeitos não fazem a coisa certa porque eles não moram na lama. Onde eles moram é tudo calçado”, cobra o morador depois de quase cair em um dos inúmeros buracos do bairro.

Os buracos e a lama também impedem que a coleta de lixo seja realizada com regularidade e, para garantir a limpeza do local onde vivem, mesmo quem é muito jovem, como José Rafael da Silva, tem que arregaçar as mangas e fazer o trabalho por conta própria. “A gente tem que descer o lixo lá de cima para jogar aqui em baixo. Porque o carro não sobe não. Eu acho muito errado”, reclama o menino.

A vizinha dele, dona Maria Augusta de Moraes, que mora na rua Alto da Boa Vista, também reclama da situação e conta que, por causa desta prática, já caiu e foi parar no Hospital da Restauração.

Apesar do nome do local... “Boa Vista ela não é não. Ela é imundice. Não temos prefeita não temos nada aqui. O que temos são cacos, muito lixo e catinga”, revolta-se dona Terezinha de Lima Azevedo que, com 76 anos de idade, tem que conviver com um caroço na perna direita provocado por uma queda.

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