Larissa Brainer
Uma extensão de mais de onze quilômetros de orla e apenas pouco mais de dois contam com infra-estrutura e áreas de lazer. Esse é o retrato da orla de Olinda, uma beira-mar de contrastes, onde uns contam com avenida, calçadão, parques e quiosques, e outros não têm sequer uma rua calçada. Inaugurada em 2006, a obra de urbanização da orla do município custou cerca de R$ 4 milhões, segundo dados da prefeitura, e não beneficiou a todos os seus moradores e visitantes.
O trecho contemplado tem a extensão de 2,2 quilômetros - entre as ruas Farias Neves Sobrinho e Tertuliano Feitosa - e compreende a orla do Bairro Novo. Na ocasião, foram feitas obras de contenção do avanço do mar, alargamento da calçada, duplicação das vagas de estacionamento, além da criação de jardins, quiosques e áreas de lazer e prática de exercícios físicos. No entanto, os outros nove quilômetros, dos bairros de Casa Caiada e Rio Doce, permaneceram sem investimentos.
Para quem passeia com freqüência pela orla, o choque entre um trecho e outro é claro. “As paisagens de uma área para a outra são muito diferentes. Uma é feia e mau cuidada, a outra é agradável”, descreveu a dona de casa Cristiane Santos, 35, que pratica atividades físicas semanalmente na orla.
PROBLEMAS
O trecho que apresenta maiores problemas é o que vai da altura do Flat Quatro Rodas, até o limite de Olinda com a cidade de Paulista, que compreende aproximadamente dois quilômetros. Nele, não existe uma rua calçada. Uma via de barro, cheia de buracos e parte de areia de praia, dificulta o percurso tanto para pedestres como para motoristas. Segundo o comerciante José Edmilton da Silva, 39, que há mais de três tem um ponto de vendas próximo ao Flat, acredita que a falta de investimentos na área tem prejudicado o comércio. “As pessoas têm preferência pelo outro trecho porque tem mais estrutura. Além disso, o mar está avançando e estamos perdendo espaço na areia. É preciso invistir aqui”.
De acordo com o secretário de Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Transportes do município, Oswaldo Lima Neto, a orla não foi urbanizada completamente por falta de recursos. “O que conseguimos foi o trecho do Bairro Novo. Mas, existe um projeto para toda a orla e a prefeitura está buscando verba necessária para que seja realizado. A idéia é construir todos os equipamentos de lazer”, assegurou. No entanto, uma orla urbanizada por inteiro não será uma realidade promovida pela atual gestão. “É improvável que até o final do ano seja concluída”, declarou o secretário.
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