terça-feira, 13 de maio de 2008

Para Ubiratan de Castro


Para Ubiratan de Castro

Tarcisio Regueira “Bocão”

Fazia algum tempo que não ia a Olinda, a nossa bela Marim dos Caetés. Neste dia fui me despedir de um querido, amigo o ex-prefeito Ubiratan de Castro. Homem que a única riqueza que teve foi o amor pela sua cidade.

O conheci quando eu ainda era muito jovem, através do meu tio Gaspar Regueira Costa que era seu amigo. Sua primeira imagem me vem nos anos 70 quando era prefeito.

Homem finíssimo, sempre mantendo uma elegância clássica, ternos bem talhados gravatas a combinar e, um clássico prendedor de gravatas como se usava naquele tempo.

Ele fazia parte de uma geração de homens públicos que honrava a velha e linda cidade, como Barreto Guimarães, Nivaldo Machado, Eufrásio Barbosa. Bira, como era carinhosamente tratado pelos seus amigos, morreu como gostaria, cercado do carinho dos filhos dos netos, velado na da Prefeitura de Olinda a quem amou de forma definitiva.

Como prefeito trabalhou operosamente por ela, mesmo em uma época sem os PACs da vida onde o dinheiro era curto, pouca gente sabe, mas foi ele que reinventou o carnaval de Olinda, fazendo uma loucura admistrativa, gastando todo o orçamento da prefeitura em um só evento, vendeu parte das ações da Petrobrás e pavimentou a Presidente Kennedy, dando condições de moradia e comércio à cidade
Mas a coisa que, mais admirava nele, era seu espírito boêmio, frequentador de bares e restaurantes de Olinda e Recife. Varava as madrugadas em companhia de Eugênio Coimbra Jr., Zé Cochicho, Valdetario Guedes, Julio Crucho - no seu Dom Pedro, cidadela dos grandes jornalistas de Pernambuco.

O que orgulha sua família é que Bira só levou com ele, a dignidade e a honradez, de um político que tudo deu e muito pouco recebeu, a não ser o reconhecimento de toda Olinda.

Vá em paz amigo.


* O “Bocão” apresenta todos os dias na Radio Folha 96.7 FM o programa Folha Alerta das 8h às 9h30.

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