Nada de festa. Só tristeza e lágrimas. Para a jovem mãe Patrícia Maria de Lima, de 22 anos, não havia motivos para comemorar no dia de ontem. Pelo contrário. Ao invés de almoçar com os filhos, a dona-de-casa foi para o Instituto de Medicina Legal (IML) esperar o corpo da sua caçula, Leandra Lima de Farias, de apenas nove meses. Na última quinta-feira, um dia antes do aniversário de Patrícia, a filha, que começava a tentar dar os primeiros passos, segurou no pé de uma cadeira para se levantar. Mas, o objeto era de metal e estava em cima de um fio desencapado, que ligava o aparelho de som à tomada. A garota levou um choque. Na madrugada do sábado, ela morreu. A menina deve ser enterrada hoje, no mesmo cemitério que seu pai, Leandro, foi enterrado há um ano. O sepultamento não foi realizado logo porque ela não tinha certidão de nascimento.
No IML, o olhar de Patrícia era de dor. Mãe de outras quatro crianças (duas gêmeas de 3 anos e dois meninos de 2 e 7 anos), ela acompanhou a filha caçula durante quase todo otempo em que ela ficou internada. Com grandes olheiras e fome, Patrícia mal se lembrava quando foi seu aniversário, nem o que planejava fazer no Dia das Mães.
A tia da criança, Débora Raquel Ferreira da Silva, 19, foi quem viu Leandra no momento do choque. Eram 10h. Ao entrar no quarto onde o acidente ocorreu, a tia viu a garota agarrada ao pé da cadeira, sem chorar. Quando foi tentar retirá-la, ela também levou um choque e não conseguiu remover a menina. Foi preciso desligar a energia da casa para poder salvar a criança. Nesse momento, Patrícia, que estava lavando roupa, chegou ao quarto e já viu a menina chorando. Pouco depois, a criança desmaiou e foi levada para a Policlínica Amaury Coutinho.
Segundo a tia, já na unidade de saúde, a menina teve uma parada cardio-respiratória e precisou ser reanimada. De lá, ela foi transferida para o HR. "Ela teve uma melhora. Achei que ia voltar para casa", contou Patrícia. Mas a menina piorou, precisou ser internada na UTI e não resistiu. Leandra morava com os quatro irmãos, a mãe, a tia, um tio e a avó em uma casa simples de oito cômodos que fica na 1ª travessa da Rua Juracy, em Sapucaia, Olinda.
http://www.pernambuco.com/diario/2008/05/12/urbana2_0.asp
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