Eles aterrorizavam os bairros de Rio Doce e Jardim Atlântico, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Montaram uma empresa de segurança clandestina e agiam como uma milícia urbana armada, ameaçando pequenos comerciantes e moradores. Também cometiam assassinatos sob encomenda. Mas ontem pela manhã, a Polícia Federal pôs um fim às atividades criminosas da quadrilha que, segundo a PF, era chefiada pelo ex-vereador de Olinda, Fernando Manoel da Silva, o Doca, cabo reformado da Polícia Militar. Ele e outras 17 pessoas, entre elas sete ex-presidiários, foram presos sob acusação de envolvimento com o grupo, que também atuava em Maranguape, em Paulista. Há suspeitas de que bando teria executado 16 pessoas nos últimos dois anos. Mas a PF já confirmou que de novembro, quando as investigações foram iniciadas, até ontem, a quadrilha cometeu três assassinatos e duas tentativas de homicídio.
Batizada de Operação Êxodo 7, a ação teve início na madrugada de ontem com a prisão do líder do grupo, o ex-vereador Doca. Elefoi pego no seu apartamento, em Jardim Atlântico, e não reagiu. Ontem foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, entre eles de dois policiais militares, do 1º Batalhão, em Olinda, e de um agente e um comissário da Polícia Civil, lotados na Delegacia de Rio Doce. Também foram feitas três prisões em flagrante.
Área - "No início, achávamos que o grupo fazia apenas homicídios por encomenda. Depois, verificamos que o bando tinha características de milícia. Eles delimitaram a área para entrada de desafetos e proibiam o tráfico de drogas, dominado pelo quadrilha. Mas fora daquela região, eles cometiam todo tipo de crime", disse o delegado Márcio Vanderley, que chefiou a operação. Segundo ele, os comerciantes e moradores que não beneficiavam a quadrilha eram vítimas recorrentes de assaltos e furtos. Em Rio Doce, muitos comerciantes eram obrigados a pagar semanalmente R$ 50 a R$ 100, em troca da "segurança" do grupo. Já os moradores, pagavam em média R$ 10.
Ao todo, 140 policiais federais de Pernambuco, Paraíba e Alagoas participaram dos trabalhos, além de sete policiais civis e 14 militares de Caruaru, Salgueiro e do Recife. Os presos vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de drogas, associação para o tráfico, tráfico de armas, concussão e corrupção ativa e passiva, além de homicídio qualificado. As penas variam de um a 30 anos de reclusão.
http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/03/18/urbana4_0.asp
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