quinta-feira, 26 de março de 2009
Show de orquestra: Música da cidade alta em Fortaleza
Samba, jazz, músicas pernambucana e brasileira compõem o ritmo da Orquestra Contemporânea de Olinda. Formada por 10 músicos, a big band apresenta-se amanhã, 27, no Buoni Amici's
Alinne Rodrigues
da Redação
Com o Bonsucesso Samba Clube, o percussionista Gilu ganhou nome. Junto com Tiné e Hugo Gila, tocou na Academia da Berlinda. Em 2007, frequentando o Grêmio Musical Henrique Dias (primeira escola profissionalizante de músicos de Olinda), ele teve uma ideia ambiciosa: juntar 20 músicos e fazer uma big band. E nascia a Orquestra Contemporânea de Olinda. “Moro na Cidade Alta e estava indo muito lá no Grêmio. Estava afim de montar uma banda grande, de fazer uma história com aquela galera que tava um pouco esquecida na cidade e agregar a eles músicos com quem eu já tinha trabalhado, amigos com quem gosto de tocar, gosto das composições. E fui conversando com os músicos”, lembra Gilu em entrevista por telefone.
Apesar dos planos do mentor, a banda nunca foi montada com 20 pessoas. “Meu pensamentio inicial era meio megalomaníaco”, brinca. A banda começou com 12 e hoje conta com 10 integrantes e instrumentos inusitados, como a rabeca, a viola e a tuba, além do naipe de metais, flauta e percussão. Além dos rapazes já citados, Tiné (voz) e Hugo Gila (baixo e teclado), formam a Orquestra Maciel Salu (voz e rabeca), Juliano Holanda (guitarra e viola), Daniel (trompete), Imbraim Genuíno (trombone), Maestro Ivan (sax alto, barítono e flauta), Raphael Beltrão (bateria), Adriano Ferreira (trombone) e Alex Santana (tuba).
O estouro da Orquestra Contemporânea de Olinda foi rápido. Montada em novembro de 2007, em abril de 2008 já garantiu uma vaga no festival Abril Pro Rock. E depois no Rec Beat e no Festival de Inverno de Garanhuns e em todos os grandes festivais de música de Pernambuco. “Foi bem rápido. Como são músicos que têm uma tarimba na cidade e fora dela, músicos experientes, que já estão mais ou menos há uma década trabalhando, facilitou. Em Pernambuco a gente já tocou em todos os festivais e agora vem trabalhando legal também no Sudeste”, conta Gilu. A banda começa a turnê de lançamento do disco por aqui, amanhã, e depois segue para João Pessoa, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre em datas marcadas até o final de junho.
O mais curioso é que a Orquestra conseguiu destaque nas turnês pelo sul do País mesmo sem ter entrado ainda no circuito da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), caminho hoje tido como o padrão para bandas novas. Dentro do circuito, duas big bands estão sempre presentes: Orquestra Imperial, do Rio de Janeiro, composta por nomes de peso como Talma de Freitas, Nina Becker e Jorge Mautner, e Móveis Coloniais de Acaju, de Brasília, conhecida no meio pelo show explosivo e teatral. Essas têm boa exposição na mídia especializada e até na TV aberta, mas foi trabalhando quietinha que a Orquestra Contemporânea de Olinda produziu o primeiro disco, homônimo, com apoio da Fundação de Cultura de Pernambuco e assinou um contrato de distribuição com o selo Som Livre Apresenta (Slap), da Som Livre.
Gilu comenta a peculiaridade do som da banda: “A gente tem uma coisa em Pernambuco que é bem peculiar do estado, é essa questão de conseguir absorver várias influências. Naturalmente a gente usa os nossos rtimos, a gente cresceu ouvindo isso. Mas consegue agregar desde o samba, o afro beat, o jazz, o ska, um pouco de tudo. Quando a gente vai arranjar uma música, não fica muito preocupado com que ritmo vai sair. Cada um compõe muito no seu instrumento, cada um tem uma coisa muito singular. Claro que tem músicas que são samba, mas tem ritmos que não têm nome, são coisas que a gente vai criando, experimentando, com desprendimento, mas bem focado”.
Depois de tanta conversa sobre o ritmo da Orquestra Contemporânea de Olinda, é melhor de uma vez ir ao que interessa: o show. No que dá a mistura de músicos competentes com instrumentos diferenciados e estilos de música diferentes? “É um show divertido e sério ao mesmo tempo, capaz de agradar tanto a músicos, pessoas que gostam de música quanto a pessoas que só estão afim de curtir uma bela noitada. É um show que você vai curtir e vai dançar, mas com uma sofisticação de arranjos sem igual”, promete o percussionista.
SERVIÇO
Orquestra Contemporânea de Olinda - Amanhã, 27, no Buoni Amici’s (rua Dragão do Mar, 80 - Praia de Iracema), a partir das 22 horas. Discotecagem com Marquinhos e Guga de Castro. Ingressos: R$ 15 (primeiro lote, à venda no local). Outras informações: 3219 5454.
http://www.opovo.com.br/opovo/vidaearte/865351.html
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