Deu na Folha PE:
Diretora Célia Labanca afirma que casas do MAC estão em ruínas e que projetos já foram elaborados
A nova tentativa de roubo ao quadro "Enterro", de Cândido Portinari, no último sábado (8), levou o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), no Varadouro, sítio histórico de Olinda, a fechar as portas por tempo indeterminado. A informação foi repassada por Célia Labanca, diretora do espaço há mais de dez anos, que - preocupada com a atual situação do museu - decidiu desativar na última segunda-feira (10) a Galeria Tereza Costa Rego, último espaço que ainda estava aberto à visitação pelo público. "O museu está em ruínas, a fachada está toda pichada. Enquanto não forem feitas reformas, não temos condições de reabrir", argumenta Célia, lembrando que a sede do espaço cultural é dividida em quatro casas. Por serem tombadas só podem ser feitas interferências menos invasivas nas edificações, como colocação de passarelas de vidro e alumínio.
"O que menos tem problema aqui é a questão da segurança. O acervo é bem guardado", assegura Célia, ao comentar sobre como estão acomodados as cerca de 4 mil peças de arte de renomados artistas brasileiros, pretencentes à coleção Assis Chateaubriand, tais como Tomie Ohtake, Lasar Segall, Manabu Mabe, Ladjane Bandeira, Francisco Brennand, Montez Magno e Almeida Júnior. "Hoje temos aqueles cofres com códigos, iguais aos dos bancos. Nosso acervo é extraordinário e gera interesse de quadrilhas no Exterior. Eles prometem dinheiro e as pessoas fazem estes roubos sob encomenda", reclama. Em relação a câmeras de segurança, no entanto, não existe nenhuma no MAC, nem dentro, nem na parte de fora do museu.
Segundo ela, enquanto a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), responsável pela manutenção do equipamento cultural, não reformar o museu, ele não abrirá para visitação. "Um tempo atrás, os projetos (para elaboração e execução da reforma) foram pagos à Petrobras, há dois anos, num valor de cerca de R$ 8 milhões. Tinha projeto urbanístico, arquitetônico, de iluminação, de cenário. Agora, é preciso buscar cotas junto ao empresariado, ir atrás de (captar pela) Lei Rouanet. É o povo que precisa cobrar esta obra como prioridade ao Estado. Eu é que não posso fazer, nem cobrar", avalia a diretora.
Célia Labanca conta que a Fundarpe conseguiu uma verba de R$ 75 mil para pintar a fachada do MAC e ajeitar os banheiros. "Os vândalos fazem as pichações e ainda assinam os nomes", lamenta ela.
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