domingo, 18 de novembro de 2007

Lan Houses geram negócios na periferia

Oportunidade

De Economia/ JC

Os clientes faziam fila para se conectar à internet pelo computador que Antônio Oliveira do Nascimento instalou na sala de casa, na Ilha do Maruim, em Olinda. O crescente movimento encorajou o Irmão – como é conhecido na comunidade – a comprar uma segunda máquina. Quatro meses depois da experiência doméstica, ele inaugurava na favela onde nasceu, há 49 anos, a primeira Lan House do lugar. Hoje, enfrenta a concorrência de pelo menos mais quatro centros privados de acesso à web, que replicaram o seu faro empreendedor. As Lan Houses se multiplicaram e podem ostentar o mérito de ter conectado a periferia à grande rede, num fenômeno que se alastrou por todo o Brasil.

Nas duas últimas semanas o JC percorreu cinco favelas nos municípios de Olinda, Recife e Jaboatão. No Sovaco da Cobra, Coelhos, Coque, Bode e Ilha do Maruim encontramos histórias de pessoas que viraram empreendedoras. Gente que deixou emprego de carteira assinada para cuidar do próprio negócio, um comerciante que ergueu uma Lan House na laje de um açougue e um técnico em informática que começou o negócio com sete máquinas e hoje tem 30.

Pesquisa sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs) no Brasil, elaborada pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) constata que as Lan Houses, que até cinco anos eram comuns nos bairros de classe média e média alta, são hoje a principal porta de acesso da população de baixa renda à web. Nas classes D e E, 48% das pessoas se conectam por meio delas, enquanto na classe C essa fatia é de 17,56%. “Entre 2005 e 2006, também cresceu a participação dos centros privados no uso da internet. Enquanto em 2005 eles representavam 17,6% do local de acesso, no ano passado saltou para 30%”, compara a coordenadora de Comunicação do CGI, Mariana Balboni. A participação dos centros públicos é quase dez vezes menor (3,5%). (...)

http://jc.uol.com.br/tvjornal/2007/11/17/not_139586.php

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