segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Conventos viram hotéis de luxo


Convento de São Francisco, em Olinda, está na lista das 18 edificações para virar hotel de luxo e é administrado pelo Conselho da Província. Foto: Jaqueline Maia/DP

EM ESTUDO // Dezoito edificações históricas do país estão na lista do governo federal para exploração turística

Eduardo Costa
Da equipe do Diario

O governo federal estuda transformar 18 edificações históricas em hotéis de luxo, entre elas o Convento de São Francisco, em Olinda. A idéia é que as licitações para a exploração turísticas desses locais comece já em fevereiro, mas, de acordo com o Ministério do Turismo, tudo ainda está em fase de negociação. Até porque se depender dos franciscanos olindeses, a "pousada histórica (de acordo com nomenclatura dada pelo governo) não sairá. "Não há menor chance disso acontecer. Esse convento é o ícone de nossa presença aqui, e um símbolo de religiosidade", afirmou o ministro-provincial Frei Marconi Lins.

O Convento, o mais antigo entre os franciscanos (começou a ser construído em 1585), é administrado pelo Conselho da Província, que além de Lins tem em seu corpo outros sete conselheiros. De acordo com o frei, vez por outra, os franciscanos de Olinda recebem propostas, mas nada ainda está decidido. "Temos propostas de grupos portugueses para construir um hotel nos fundos, ou umauniversidade. Isso pode ser até conversado, mas numa pousada não há chances", explicou ele, sem dar detalhes.

Além do franciscano, há outros três conventos e três fortalezas já divulgados nessa lista inicial: os conventos de Nossa Senhora dos Anjos (em Penedo, Alagoas), Santa Cruz (São Cristóvão, Sergipe) e Santo Antônio do Paraguaçu (Cachoeira, Bahia), e as fortalezas Santa Cruz da Barra (Niterói, Rio de janeiro), Santa Cruz do Anhatomirim (Governador Celso Ramos, Santa Catarina) e Castelo (Belém, Pará). Além disso, há outros 11 sítios históricos sendo preparados pelo governo para que passem pelo mesmo processo. Os locais, contudo, não foram divulgados.

Paradores - O modelo de concessão ainda está em fase de estudo, mas de acordo com o Ministério do Turismo, deve ser semelhante ao utilizado pelos Paradores espanhóis, hotéis estatais que se utilizam das potencialidades históricas da Penísula Ibérica, como palácios e castelos medievais, para atrair turistas que querem ficar em hospedagens diferenciadas (por lá isso acontece desde 1928, e teve como intenção inicial a preservação desses sítios).

Os Paradores foram um dos responsáveis pelo crescimento do turismo na Espanha. Hoje, esse país só perde para a França em números de vistantes estrangeiros. Formas semelhantes de exploração turísticas de edifícios historicamente importantes também são encontradas em Portugal e nos chateaux franceses.

No Brasil, a prática é pouco comum. Recentemente, o grupo português Pestana passou a administrar o Convento do Carmo, no Pelourinho, em Salvador. Esse prédio, quase tão antigo quando o Convento de São Francisco (é de 1586) foi transformado no primeiro hotel histórico de luxo no país. Décadas antes, porém, o Colégio do Caraça, que era administrado no século dezenove por padres lazaristas, foi transformado em um hotel ecológico.

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