sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Estrangeiro Adotado - Aventuras de um estrangeiro em Olinda

O estrangeiro e seu dinheiro

Por E. O. (*)

O atendente do Bradesco acha que deveria tentar na outra agencia, e caminho até lá, na mesma Avenida Getulio Vargas. Mas nesse também tem problemas, e o atendente diz que o problema é da rede da Mastercard. Ligo e a Mastercard diz que o problema é do banco, mas me da uma dica: "vai para Recife e tenta lá". Pago R$4.90 para fazer a viagem de ônibus, mas volto a Olinda com dinheiro.

E logo aprendo: os bancos de Olinda não prestam para nós, os estrangeiros. Nossos cartões de banco, das redes Mastercard, Visa, American Express, Cirrus ou Plus muitas vezes não funcionam.

Isso foi em março do 2007. Quando aconteceu pensei que era só um problema temporário. Continuei viajando no Brasil, e só teve problemas bancarios em Alto Paraiso de Goiás e Lençóis da Bahia. As duas tem interesse turistico, mas são cidadezinhas do interior, com população baixa e longe das capitais dos seus estados.

Voltei a Olinda, a 7km da capital do estado, e os problemas bancarios ainda não sumiram. O HSBC da Avenida Getulio Vargas, pela terceira vez em menos de um ano, tirou dinheiro da minha conta sem me dar as cédulas: a tela do auto atendimento e o recibo disseram "Falha tecnica". Nos auto-atendimentos do Bradesco a historia não mudou: "transação recusada" e, da boca do atendente, "é um problema lá".

O Itaú não aceita cartões estrangeiros; pelo menos não perco meu tempo aí. Os auto atendimentos do Banco do Brasil, espalhados em farmacias e supermercados, também não aceitam, e minha procura continua. Banco Real e Unibanco, embora tem letreiros da rede "24 Horas", recusam meu cartão. No Atacadão da PE-15 tem maquina Bradesco e maquina "24 Horas", mas as duas também recusam minha transação.

Só resta uma solução: Recife.

Quasi um ano depois, e a unica coisa que mudou é que agora pago trinta centavos a mais para ir num banco no centro de Recife para pegar dinheiro. O estrangeiro não tem outra opção, pois Olinda não tem um auto-atendimento confiavel e eficiente, no Centro Historico, para os visitantes do exterior.

A Primeira Capital da Cultura Brasileira compartilha este problema com Alto Paraíso e Lençóis. Olinda não é interior, mas as vezes parece.
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(*) Um estrangeiro viajou no Brasil em 2004 e 2007. Resolveu voltar em 2008, e dessa vez vai se estabelecer em Olinda. Nem parece gringo e já aprendeu português. Agora vai virar Pernambucano.

http://pernambucanoadotado.blogspot.com/

Um comentário:

Lena disse...

Parece que por aí as coisas também não funcionam bem com os bancos.
Afinal não é só em Portugal.
Acho que deviam perceber o bem k faria darem novos serviços bancários às pessoas...
Enfim...

Lena