terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A rua gay do Carnaval de Olinda

É a rua do Museu de Arte Contemporânea de Olinda. Rua também de alguns ateliês da cidade. Com tantas manifestações artísticas por perto, não é de se estranhar que os gays e lésbicas tenham elegido a Rua 13 de maio, na cidade alta, como a rua gay do Carnaval mais fantasiado e celebrado do país.

Em quatro dias de folia, falta espaço para tanta gente. A rua é ponto não só da paquera gay, mas é também território livre onde homens beijam a boca de outros homens e mulheres beijam outras mulheres sem que ninguém se incomode com isso. Aos poucos os casais do mesmo sexo se multiplicam, brincam o carnaval sem medo de ser alvo do preconceito.

A 13 de maio não deixa de ser ainda o caminho dos blocos e dos héteros desavisados que, quando passavam, soltam um riso no canto da boca ao se deparar com dois homens se beijando. Há cinco anos, o produtor de vídeo R.D.L, que prefere não se identificar, brinca o carnaval na 13 de maio. "Já beijei de dois a três em um só dia, mas tem gente que beija muito mais. É que sou mais na minha" conta ele sobre as aventuras no território mais gay do carnaval olindense.

Com autoridade de quem tem muitos carnavais na 13 de maio o produtor avalia o território como sendo da paz. "No geral, todo mundo se comporta" explica ele. "Já vi duas lésbicas se agredindo, trocando murros, mas foi só uma vez em cinco anos" ressalta.

Ingredientes não faltam para a folia ser agitada na 13 de maio. Os corpos sarados de pernambucanos e turistas estão sempre à mostra. A cerveja gelada alivia o calor. Quando passa uma agremiação o frevo esquenta a multidão GLS ainda mais. As fantasias não são poucas e são provocantes. É de propósito. Quando passa um índio ou um soldado romano sarado cada um que arrisque uma cantada, da mais óbvia a mais criativa. Cada uma pode acabar em nada ou ainda em beijo e até namoro.

da Redação do Toda Forma de Amor

http://www.athosgls.com.br/noticias_visualiza.php?contcod=22608

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