quinta-feira, 22 de maio de 2008

Assaltos freqüentes em Rio Doce

População reclama que não adianta mais tomar precauções contra os bandidos

MIRTHYANI BEZERRA

Para fugir dos assaltos, muitas pessoas incorporam ao seu dia-a-dia alguns hábitos com a finalidade de evitar a abordagem cada vez mais ousada dos bandidos. Precauções que vão desde evitar passar por vias escuras e desertas, até desacelerar os carros, aos poucos, quando o semáforo, instalado em algum local com grande incidência de assaltos, fica vermelho. Esses cuidados, no entanto, não estão sendo suficientes para evitar que os moradores do bairro de Rio Doce, em Olinda, não se tornem presas fáceis para os bandidos. O comerciante Waldemir José de Souza, de 58 anos, morador da 3ª etapa de Rio Doce, já cansou de ouvir comentários dos vizinhos sobre os assaltos que estão acontecendo na área. “Moro bem próximo ao terminal do bairro, que apesar de ser um local bem movimentado está sendo palco de muitos assaltos. Um dia eu caminhava ao lado da minha esposa nas proximidades do terminal, por volta do meio-dia, quando um homem armado tomou nossos pertences”.

Waldemir disse ainda que não há dia nem hora para ser assaltado na localidade. “Tem uma padaria perto na minha casa que já foi assaltada muitas vezes. Meus vizinhos nem se surpreendem mais quando recebem a notícia do assalto”, brincou. O pintor Leonardo Araújo da Silva, de 46 anos, também morador da 3ª etapa, disse que já foi abordado na frente da delegacia de Rio Doce. “Até na frente da delegacia já fui assaltado. A situação aqui mudou para pior. Nem andando no claro, evitando ruas desertas a gente consegue se livrar desse tipo de violência”, desabafou.

Na semana passada, a vítima da violência foi a proprietária de um estabelecimento comercial localizado na avenida Brasil, na 2ª etapa do bairro. A mulher, que não quis ser identificada, presenciou a ação de quatro bandidos que roubaram todo o dinheiro que estava no caixa da loja. “Eu já fui assaltada aqui três vezes em menos de dois meses. Na última vez, os ladrões estavam dentro da loja quando passou uma viatura da polícia. Um menino que estava do lado de fora falou que estávamos sendo assaltados. Mas eles passaram direto. Um deles, inclusive, disse que iam almoçar”, contou, indignada.

De acordo com o comandante do 1° BPM, tenente-coronel Flávio Vieira, responsável pelo policiamento da área, o bairro possui duas viaturas ativas, um núcleo policial com três agentes, além de contar com três motos. “Toda essa estrutura é pouca em relação ao número de habitantes de Rio Doce. Além disso, já extrapolamos o nosso limite na prevenção e combate ao crime. Reconhecemos que é preciso um efetivo maior. A população prejudica ainda mais ligando para o 190 por qualquer briga de vizinho, que poderia ser resolvida dentro da própria delegacia”, disse.

http://www.folhape.com.br/
.
.

Nenhum comentário: