quinta-feira, 1 de maio de 2008

Maquinado abraça o Sapo Cururu


Projeto de Lúcio Maia, Maquinado é a atração da festa no Atlântico. Foto: Pio Figueiroa/Divulgação/D.A Press

Festa que reúne projeção e música no Cine Olinda e Clube Atlântico traz ao público filme sobre Glauber Rocha e alguns curtas

Renato L
Da equipe do Diario

Gláuber Rocha e Lúcio Maia (guitarrista da Nação Zumbi) são as atrações principais da da Mostra de Cinema Sapo Cururu, organizada nesta sexta-feira, a partir das 20h. A receita se mantém a mesma dos anos anteriores: uma festa/festival de imagem e som hospedada nas instalações de algum cinema tradicional de Pernambuco. No caso de 2008, o Cine Olinda (Carmo), desativado há duas décadas, mas atualmente em reforma, onde será exibido o longa-metragem Diário de Sintra, de Paula Gaitán, com imagens em super 8 e fotos do exílio lusitano de Gláuber Rocha. Depois, no vizinho Clube Atlântico, teremos uma apresentação do Maquinado, projeto paralelo de Lúcio Maia.

A colombiana Paula Giatán tem uma credencial especial para tratar da vida e da obra de Gláuber Rocha: ela foi casada com o cineasta baiano, com quem teve dois filhos, Eryk e Ava. Lançado em setembro do ano passado, Diário de Sintra chega a Pernambuco depois de ser exibido em algumas capitais brasileiras. Seu valor histórico parece incontestável. Afinal, temos aqui um retrato dos meses finais do autor de Terra em transe, dono de uma filmografia ainda capaz de causar intensa polêmica entre detratores e admiradores.

A programação prevê, ainda, a exibição de três curtas-metragens: Euclides e Anna (Fernando Coimbra e Camila Mota) tem como personagem principal um casal que, 100 após a publicação de Os Sertões, parte para um périplo por Salvador, Canudos e Monte Santo e acaba possuído pelo demônio. Já Enquanto houver amor entre os meus pés (Dellani Lima), narra, conforme a sinopse divulgada, "o encontro daqueles que não se separam". Dellani Lima assina, ainda, Quando morri na baía da Guanabara, definido como "um corte azul na paisagem carioca".

Depois da entrega do Prêmio Sapo Cururu, concedido a pessoas que se destacaram no cenário artístico local, a festa/ festival migra para o Clube Atlântico, vizinho ao Cine Olinda. Com autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), será aberta uma passagem entre os prédios para que o público possa circular nos dois espaços. Quem esquenta a pista antes do Maquinado é o DJ Rossi, que vai tocar em paralelo a uma seleção de vídeos coletados no You Tube.

Essa é a segunda apresentação do Maquinado no Recife. Sua estréia aconteceu no Abril Pro Rock 2006, bem antes do lançamento de Homem-binário, considerado por parte da crítica como um dos melhores discos brasileiros do ano passado. Lúcio Maia desembarca no Sapo Cururu acompanhado por dois companheiros da Nação Zumbi: Dengue (baixo) e Toca Ogan (percussão), além do DJ PG-Scratchs. É com essa formação que ele mostra sua peculiar ode às máquinas, que não dispensa os poderosos riffs de guitarra que o consagraram como instrumentista.

Com a festa/festival do Cine Olinda, a Mostra Sapo Cururu chega à sua quarta-edição. As anteriores foram realizadas, respectivamente, no Cine AIP, no Cinema São Luiz e no Cinema Fernando Santa Cruz, abrigado no Mercado Eufrásio Barbosa (Varadouro, Olinda). Os filmes da sexta-feira serão exibidos gratuitamente no sábado, no Teatro Joaquim Cardozo (Rua Benfica, Madalena), a partir das 18h. A versão olindense custa, no entanto, R$ 15.

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