terça-feira, 23 de junho de 2009

História, folclore, arquitetura e boa comida são destaques em Olinda


História, folclore, arquitetura, boa comida, gente animada e um charme incomparável: Olinda não precisa mesmo de mais nada. Foto: Divulgação


Rio - A antiga capital de Pernambuco, a Cidade das Sete Colinas é completamente diferente da capital atual. Ela cede de boa vontade ao Recife a vitalidade econômica, mas conserva com ciúmes seu fabuloso patrimônio arquitetônico, reconhecido pela Unesco e declarado Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Seu centro histórico, totalmente construído pelos portugueses depois da passagem dos holandeses em 1631, revela uma profusão de estilos (do século 17 ao século 19).

Olinda cultiva tradições antigas e assume com orgulho seu charme provinciano. Seus habitantes mantêm ainda o hábito de conversar com seu vizinho na janela ou na porta de casa. A cidade revela seus encantos à medida em que circulamos por suas ladeiras e ruelas tortuosas. Dona de um carnaval animadíssimo, Olinda permite reviver os esplendores do passado ao som do frevo e diversos outros ritmos irresistíveis, como o maracatu. Não tem como não se encantar.

Uma das marcas do carnaval de Olinda são os bonecos gigantes (chegam a medir 3,6 metros de altura e pesam cerca de 50 kg), que passam pelas ruas da cidade arrastando milhares de foliões fantasiados e coloridos. São quatro dias de folia invadindo as ruas e ladeiras estreitas da Cidade Alta. Nesta época, todos se misturam: pobres e ricos, velhos e moços, turistas e nativos. O que vale é participar da festa e se divertir!

Ótimas companhias para conhecer Olinda, os guias mirins explicam e contam de maneira divertida e rimada a história da cidade, mas, para conhecer melhor, contrate um guia credenciado. Aproveite: do alto de suas ladeiras, observam-se praias, coqueiros e a bela arquitetura local. Prestando mais atenção, ao fundo encontra-se o Recife, com seu imenso mar azul e localizado a apenas 6 km de Olinda.


FREVO
A palavra frevo vem do verbo ferver. É um ritmo pernambucano derivado da marcha, do maxixe e da capoeira e caracteriza-se pelo ritmo acelerado. Segundo alguns, o frevo é a única composição popular em que a música nasce com a orquestração. Acredita-se que sua origem vem das bandas de música, dobrados e polcas. Além disso, o passo representa uma mistura de danças de salão europeias, como o balé e a dança dos cossacos.

O QUE VER E FAZER

IGREJA DA SÉ
Largo da Sé, s/nº, tel.: (81) 3271-4270 — diariamente de 8h às 12h e 14h às 17h. Construída em 1537 tinha, inicialmente, uma arquitetura muito simples. Após um grande incêndio, consequência de lutas contra a presença holandesa em Pernambuco, a igreja ficou destruída. Na segunda metade do século XVII, foi reconstruída e hoje é a Catedral do Arcebispado de Olinda e Recife. Possui um mirante no largo da igreja com uma vista linda da cidade.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA
Alto da Misericórdia, s/n° — diariamente de 8h às 12h e 14h às 18h. Missas dom, 7h30; seg a sáb, 6h20. O Hospital da Santa Casa da Misericórdia foi fundado antes de 1540. Em 1631, igreja e hospital foram incendiados pelos holandeses, tendo sido restaurados a partir de 1654. Várias datações marcam as sucessivas construções parciais do conjunto. Observe na sacristia um magnífico lavabo em pedra de cantaria portuguesa.

MOSTEIRO DE SÃO BENTO
Rua de São Bento, s/n°, Varadouro — de 8h30 às 11h30 e 14h30 às 17h; aos sábados tem missas às 6h30 e às 18h. O Mosteiro de São Bento é o segundo construído em terras brasileiras. Sua construção data do século XVI e possui uma característica peculiar que é a de São Bento ser, ao mesmo tempo, padroeiro da Abadia e do Mosteiro. O Mosteiro de São Bento não passou despercebido aos invasores holandeses e foi destruído pelos mesmos em 1631. Por esse e por outros motivos, o Mosteiro não possui um estilo arquitetônico definitivo. A fachada da igreja é composta por um brasão e uma torre sineira do século XVIII.

Destaca-se também o requintado altar-mor, com elementos do barroco brasileiro. Todo em madeira revestida de ouro, no trono principal do altar encontra-se a imagem do patriarca São Bento. A sacristia conventual é a mais rica das igrejas de Olinda, com elaboradas talhas douradas, espelhos de cristais e painéis, mostrando a vida penitente de São Bento. Suas portas são almofadadas em alto-relevo e emolduradas em pedra.

IGREJA E CONVENTO DO CARMO
Praça do Carmo, s/nº, tel.: (81) 3439-1988. Missa domingo, às 11h. Construída na metade do século XVII, sua arquitetura caracteriza a renascença brasileira. Foi a primeira igreja da Ordem dos Carmelitas a ser construída no
Brasil.

CONVENTO DE SÃO FRANCISCO
Rua de São Francisco, 280 Tel: (81) 3429-0517. Seg a Sex 7h às 12h e 14h às 17h e Sáb 7h às 12h. No claustro, painéis de azulejos retratam a vida de São Francisco. Por toda parte podemos observar ladrilhos decorativos e um altar magnífico. Outras três capelas fazem parte do convento: Nossa Senhora de Sant’Ana, Nossa Senhora das
Neves e Capela da Ordem Terceira de São Francisco.

IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS DE OLINDA
Largo do Bonsucesso, 45 Tel.: (81) 3439-2495. Foi a primeira construída por negros. No altar principal encontra-se uma imagem rara de Moisés negro. É possível observar ossadas de escravos sepultados.

MUSEU DE ARTE SACRA
Rua Bispo Coutinho, 726, Alto da Sé, tel.: (81) 3429-0032. De seg a sex, das 8h às 14h. O prédio abriga atualmente a riquíssima arte sacra do Estado de Pernambuco, contudo o local já abrigou a Casa da Câmara do Senado de Olinda e o Palácio Arquiepiscopal. Foi construído em 1676 e reconstruído no século XIX. O acervo reúne peças religiosas do século XVI ao atual, incluindo importantes exemplares de arte popular contemporânea. No andar térreo, estão expostos painéis fotográficos que documentam a história, a evolução e a paisagem única de Olinda.

MUSEU REGIONAL DE OLINDA
Rua do Amparo, 128, tel.: (81) 3429-0018. Ter a sex, das 9h às 17h. Visitas guiadas caso haja interesse, passando por belos mobiliários de jacarandá (séc 17 a 19), cômodos em estilo D. João V, maravilhosos lustres e candelabros de cristal Baccarat.

MUSEU DO MAMULENGO
Rua de São Bento, 344, Sítio Histórico de Olinda, tel.: (81) 3429-6214. Ter a dom, das 9h às 17h. Mamulengos são bonecos, os famosos fantoches. Sempre muito coloridos e pitorescos, eram feitos de madeira e pano e datam até o século 19, sendo muito utilizados no teatro popular de rua. O museu possui acervo com mais de 1.500 bonecos, sendo alguns do século 18. As exposições são sazonais e temáticas.

MERCADO DA RIBEIRA
Rua Bernardo Vieira de Melo, s/nº. O Mercado da Ribeira foi construído no final do século XVII. O mercado foi
restaurado no estilo original (edificação do Brasil colonial) e nele encontramos diversas galerias de artesanatos, oficinas de entalhadores, gravuras e pinturas.

PRAIA DO BAIRRO NOVO
Praia urbana com cerca de 3km de extensão. A mais frequentada por famílias e a mais procurada por turistas que visitam a cidade. Conta com infra-estrutura de pousadas, bares e restaurantes, em sua maioria especializados em frutos do mar.

RUA DO AMPARO
Repleta de restaurantes, pousadas e bares, museus e ateliês. É o endereço onde você encontra de tudo. Vale a pena dar uma volta por essa estreita rua de paralelepípedos.

UM POUCO DA HISTÓRIA
A beleza de Olinda faz jus ao nome. Conta-se que, quando o português Duarte Coelho Pereira lá aportou em 1535, se encantou com o lugar entre a colina, o mar e um porto natural protegido por recifes de coral. “Ó linda situação para se construir uma vila”, teria dito o donatário da Capitania de Pernambuco. Após sua fundação, o povoado de Olinda prosperou comercialmente e enriqueceu, elevando-se a categoria de Vila no ano de 1537.

A partir daí, foi construída grande parte dos monumentos mais importantes da cidade. Olinda foi também um dos centros mais importantes do período colonial brasileiro graças à cana-de-açúcar. Em 1630 os holandeses
conquistaram a cidade, incendiaram e mudaram a capital para Recife. Sua capitania só se recuperaria em meados do século XVII, momento em que Olinda foi elevada à categoria de cidade.

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