Com auxílio de geoprocessamento, a Secretaria Municipal de Saúde de Olinda está identificando áreas da cidade que concentram problemas e definindo prioridades para superar a baixa arrecadação
Veronica Almeida
valmeida@jc.com.br
A Avenida Presidente Kennedy, em Peixinhos, é o corredor viário de Olinda que mais registra atropelamentos de pedestres. É também a área que concentra número grande de bares. Já o bairro de Águas Compridas tem alto índice de gravidez na adolescência. Mapear esses indicadores, construídos a partir dos chamados do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), das consultas de pré-natal e nascimentos, e dos registros da vigilância ambiental, sanitária e epidemiológica, tem sido rotina na Secretaria de Saúde de Olinda. E já se transformou em ações que extrapolam o poder da saúde pública.
O programa pioneiro, implantado em 2005, introduziu na rotina a ferramenta geoprocessamento. O nome complicado consiste num conjunto de tecnologias que localiza no espaço físico as informações produzidas. Com auxílio de um programa de computador, um engenheiro cartográfico, uma arquiteta e outros três técnicos, a Secretaria Municipal de Saúde passou a estudar em mapas o que faz adoecer e matar a população da cidade.
“Conhecendo as áreas que concentram problemas é possível otimizar as ações e definir prioridades. Olinda tem poucos recursos”, explica a diretora de Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde, Lívia Souza. Foi com o apoio do tal geoprocessamento, que a prefeitura definiu as áreas da cidade que receberiam tratamento em massa contra filariose e está organizando a rede de pronto-atendimento.
A identificação dos corredores de tráfego que mais recebem chamados do Samu para socorro às vítimas de acidente também levou a uma discussão com a Secretaria de Transporte e Trânsito. “Apontamos a necessidade de tornar a travessia de pedestres mais segura na Presidente Kennedy”, conta a chefe do Departamento de Gestão da Informação, Andréa Lobo.
No momento, o núcleo chefiado por Andréa está mapeando as mortes de crianças menores de um ano e de mulheres grávidas. Já conseguiu antes detectar as áreas com mais gravidez na adolescência, o que facilitará, segundo ela, a atuação das equipes do Saúde na Escola, programa do Ministério da Saúde que deve ser implantado este ano no município.
PARCERIAS
Para Lívia Souza, além de analisar dados que antes eram produzidos e acabavam sem leitura analítica, o mapeamento está ajudando a melhorar a integração entres os diferentes setores da secretaria. Ajudou a Vigilância Sanitária, por exemplo, a ampliar o cadastro de pontos comerciais com 832 estabelecimentos que precisam ser observados.
Também já possibilitou parcerias externas, como a que foi construída com a Secretaria de Defesa Social do Estado em dezembro do ano passado. A SDS repassa os dados sobre local da ocorrência dos homicídios, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde faz a localização no mapa e busca informações complementares nos registros do Instituto de Medicina Legal (IML), para construir o real perfil das vítimas.
O próximo fruto será em benefício de outro projeto da secretaria: a sala de situação. Virtual ou real, trata-se do momento de discussão interna sobre problemas, soluções e metas. “Teremos apoio técnico da Organização Pan-Americana de Saúde e mais informações para construir o Plano Municipal de Saúde relativo ao período que irá do ano de 2010 a 2013.
Jornal do Commercio
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