População vizinha aos núcleos e PMs denunciam a falta de estrutura e a insegurança
Da Redação do pe360graus.com
Não é nada fácil para uma vítima de violência precisar da polícia e não encontrar ajuda. Para quem mora perto dos núcleos de segurança comunitária, essa situação é frequente. Quando foram criados, os núcleos deveriam aproximar a polícia da população. A realidade, porém, é outra.
Falta estrutura nos prédios. Em Jardim Atlântico, em Olinda, o policial militar chega para trabalhar e senta numa cadeira quebrada, usa um banheiro com infiltração e corre o risco até mesmo de levar um choque por causa das más instalações elétricas.
No núcleo de Águas Compridas, ainda em Olinda, um policial confessa. “Pra ser sincero só tem luz. A parte hidráulica não tem”. Os armários estão apoiados com tijolos. “Só temos aqui telefone. O armamento é nosso. Tem uma proposta de armar a gente com armamento do Estado, mas, até agora não chegou nada pra gente não”, diz outro PM.
Se forem pedir soccorro, os moradores voltarão sem ajuda. “Só ficam esses PMs aposentados, coitados. Eles vão atrás de bandido? E se chegar lá pedindo socorro, eles não vão sair por que está sozinho [no núcleo] e não tem viatura”, diz o gerente de um mercadinho vizinho ao núcleo, Givaldo Manoel da Silva.
No Cabo de Santo Agostinho não existem nem policiais militares tomando conta do prédio do núcleo, que fica atrás do mercado público da cidade. De acordo com os moradores, o lugar usado por criminosos e viciados em drogas.
Por coincidência, no dia em da reportagem, a Polícia Militar apareceu para tirar fotos do núcleo abandonado no Cabo. Os PMs, porém, não souberam dizer, ao certo, para que as fotos seriam usadas. “É só um levantamento. Recebemos a ordem pra fazer um levantamento dos núcleos do batalhão, possivelmente para melhorias”, afirmou o capitão Alexandre Leite.
O presidente da Associação de Cabos e Soldados, Renilson Bezerra, afirma que o Governo de Pernambuco gastou 12 milhões na construção de 55 núcleos de segurança comunitária na região metropolitana e no interior do estado. Atualmente, onze funcionam.
Para denunciar o caso, a associação entregou em 2008 ao Ministério Público um relatório apontando as condições de trabalho nos núcleos de segurança. Passado de um ano, porém, os policiais não tiveram nenhuma resposta. A equipe do NE TV procurou Ministério Público para saber sobre o andamento da ação civil pública da associação, mas o promotor responsáve, Westei Conde Y Martin Junior, não se pronunciou.
Para o major Leonardo Tavares, assessor de comunicação da PM, a questão da reforma dos núcleos não é atribuição da polícia. “O núcleo, que precisa de uma reforma, passa por questão de licitação que não depende da polícia. A polícia não pode cuidar dos núcleos. Tem que ter verba para a manutenção“, disse.
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