segunda-feira, 3 de março de 2008

Após dois anos, licitação é cancelada e população de Olinda espera por viaduto

A licitação para a escolha da empresa que fará o viaduto do girador de Olinda é emblemática de como funciona o setor público no Brasil.

Levou-se dois anos para não se fazer nada.

A obra poderia facilitar a vida dos usuários de transporte da Zona Norte, mas a população espera até hoje. São apenas 640 metros de via, mas que podem fazer a diferença entre mais ou menos engarrafamentos no local, a avenida presidente Keneddy com Pan Nordestina.

A primeira providência oficial que se tem notícia, pelo poder público, deu-se em 17 de março de 2006, quando o então Departamento de Estradas de Rodagem, sob Mendonça Filho, mandou instalar uma Comissão de Licitação para a obra.

No caso, a licitação 010/06 foi para o espaço, sem alarde, em outubro do ano passado.

EM DOIS ANOS, CUSTO DA
OBRA ENCARECE R$ 5 MILHÕES


Se a obra do viaduto do girador de Olinda não saiu do canto, não se pode dizer o mesmo do preço.

Quando foi lançada a primeira licitação, em 2006, o preço básico da licitação estava definido em cerca de R$ 15 milhões (R$ 14,771 milhões).

Na nova licitação, relançada agora em janeiro de 2008, o novo valor já chega a quase R$ 20 milhões (R$ 19,711 milhões, para ser mais exato).

Trata-de de uma diferença a maior de cerca de R$ 5 milhões. Será que o preço do aço e cimento cresceram tanto em um ano?

De acordo com dados do edital, o DER, já sob Eduardo Campos, mandou um ofício para a empresa Hejos, vencedora do primeiro edital, com uma proposta de R$ 10 milhões, questionando se ela mantinha o preço original, mesmo tendo vencido o prazo de validade da proposta.

Interessada no negócio, a empresa informou que sim, mesmo seis meses depois da vitória no primeiro certame.

LUCIANA SANTOS ESPERA SENTADA
PELO VIADUTO PARA OLINA


Assim que o novo governo assumiu, tive a oportunidade de perguntar, na Rádio CBN, à prefeita de Olinda, Luciana Santos, do PC do B, o que esperar da obra do viaduto do giradouro de Olinda. Aliada de Eduardo Campos, a prefeita afirmou que a obra iria ser afinal priorizada.

Naquela altura do campeonato, a empresa Hejos Engenharia e Sistemas, de Maringá, no Paraná, já havia vencido a licitação desde o dia 05 de outubro de 2006, de acordo com os dados oficiais do DER.

Na proposta de preços, a Hejos ofereceu R4 10,9 milhões. A segunda colocada foi a Queiroz Galvão, com uma oferta de preços de R4 14,6 milhões. Em terceiro lugar ficou a Celi, com uma oferta de preços de R$ 13,8 milhões. A proposta mais cara foi feita pela Delta Construções, do Rio de Janeiro, com um preço de R4 12,9 milhões.

O governo Eduardo Campos primeiro perguntou se a empresa vencedora topava o mesmo preço, mas levou um ano para tomar uma decisão.

Só em 12 de novembro de 2007, é que o DER publica ono Diário Oficial a anulação da concorrência, alegando que seguia oriëntações de um parecer da Procuradoria Geral do Estado (nº 430/2007).

Depois de mais três meses, retoma a licitação, mas agora sob as ordens diretas da Secretaria de Transportes e não mais do DER. É este edital 004/2007 que está sendo guerreado no TCE.

As propostas de habilitação foram recebidas no dia 18 passado, estando na disputa a Delta, a Queiroz Galvão e a Celi.

http://jc.uol.com.br/blogs/blogdejamildo/

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