Temendo que ocorra problema semelhante ao registrado este ano no Recife, camelôs que atuam nas praias da Cidade Patrimônio da Humanidade solicitaram à prefeitura a elaboração de plano de ação
Palhoceiros e ambulantes da beira-mar de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), querem a ordenação do comércio na orla. Para isso, decidiram se antecipar e pediram à prefeitura uma reunião para discutir o tema e a elaboração de um projeto. O objetivo é evitar o que aconteceu no Recife, mês passado, quando a administração municipal publicou decreto que visava inibir a desordem urbana e o comércio ambulante nos oito quilômetros da orla. A medida, considerada arbitrária, gerou uma série de protestos dos comerciantes, que fecharam o trânsito e chegaram a parar a cidade.
“Sabemos que a prefeitura de Olinda tem a intenção de revitalizar o calçadão. Mas no projeto não consta nenhuma medida de organização do comércio. Queremos colocar isso em pauta para evitar surpresas”, explica o presidente da Associação dos Palhoceiros e Ambulantes da Orla Marítima de Olinda (Apaon), Wilson Laurentino. Segundo dados da entidade, existem hoje 77 palhoceiros e 155 ambulantes cadastrados na Apaon e na prefeitura, atuando nos 11 quilômetros de orla.
A associação quer, além da padronização dos serviços, a construção de sanitários e chuveiros públicos e cursos de monitoração de alimentos. “Nosso interesse é que a prefeitura nos apresente propostas de melhorias para que possamos atender os frequentadores da melhor forma”, afirma Laurentino. De acordo com ele, a administração municipal agendou um encontro para a última semana de maio. Mas, ainda não há data definida.
Atualmente, a organização resume-se a dois quilômetros da orla, em Bairro Novo, revitalizados em 2006. O trecho é o único que conta com quiosques. São quatro deles, mas um está fechado. “Seria bom se fizessem novos pontos para uma parte dos comerciantes e que padronizassem as barracas que ficam na areia, para acabar com a bagunça”, opina o funcionário de um dos estabelecimentos padronizados Walter Klemeson Vicente, 28 anos.
Para o palhoceiro Mário Noel Sales, 59, há oito anos trabalhando na praia, a construção de quiosques e a cobrança de uma taxa de aluguel pela prefeitura são a saída ideal para o ordenamento. “Hoje, não podemos preparar comida nas nossas palhoças, nem temos um lugar seguro para guardar nossos equipamentos. Com essa medida, tudo ficaria mais fácil”, defende.
O repositor de estoques Walter Ambrósio, 20, vai à praia com frequência e afirma: faltam limpeza e infraestrutura. “Sinto muita falta de banheiros públicos. Também é preciso fazer alguma coisa para que a areia não fique tão suja e desorganizada por causa das barracas”, pontua.
Organizar a orla, para a estudante de terapia ocupacional Mariana Cavalcanti, 19, seria uma saída para chamar mais atenção dos turistas para a cidade. “Os visitantes chegam aqui e veem as palhoças todas espalhadas, sem identificação, padronização, desorganizadas. Faltam lixeiros, estrutura. Isso deixa a praia suja e não atrai”, disse.Procurada pela reportagem, a prefeitura de Olinda não se pronunciou.
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