quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ambulantes de Olinda pedem ordem na orla

Temendo que ocorra problema semelhante ao registrado este ano no Recife, camelôs que atuam nas praias da Cidade Patrimônio da Humanidade solicitaram à prefeitura a elaboração de plano de ação

Palhoceiros e ambulantes da beira-mar de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), querem a ordenação do comércio na orla. Para isso, decidiram se antecipar e pediram à prefeitura uma reunião para discutir o tema e a elaboração de um projeto. O objetivo é evitar o que aconteceu no Recife, mês passado, quando a administração municipal publicou decreto que visava inibir a desordem urbana e o comércio ambulante nos oito quilômetros da orla. A medida, considerada arbitrária, gerou uma série de protestos dos comerciantes, que fecharam o trânsito e chegaram a parar a cidade.

“Sabemos que a prefeitura de Olinda tem a intenção de revitalizar o calçadão. Mas no projeto não consta nenhuma medida de organização do comércio. Queremos colocar isso em pauta para evitar surpresas”, explica o presidente da Associação dos Palhoceiros e Ambulantes da Orla Marítima de Olinda (Apaon), Wilson Laurentino. Segundo dados da entidade, existem hoje 77 palhoceiros e 155 ambulantes cadastrados na Apaon e na prefeitura, atuando nos 11 quilômetros de orla.

A associação quer, além da padronização dos serviços, a construção de sanitários e chuveiros públicos e cursos de monitoração de alimentos. “Nosso interesse é que a prefeitura nos apresente propostas de melhorias para que possamos atender os frequentadores da melhor forma”, afirma Laurentino. De acordo com ele, a administração municipal agendou um encontro para a última semana de maio. Mas, ainda não há data definida.

Atualmente, a organização resume-se a dois quilômetros da orla, em Bairro Novo, revitalizados em 2006. O trecho é o único que conta com quiosques. São quatro deles, mas um está fechado. “Seria bom se fizessem novos pontos para uma parte dos comerciantes e que padronizassem as barracas que ficam na areia, para acabar com a bagunça”, opina o funcionário de um dos estabelecimentos padronizados Walter Klemeson Vicente, 28 anos.

Para o palhoceiro Mário Noel Sales, 59, há oito anos trabalhando na praia, a construção de quiosques e a cobrança de uma taxa de aluguel pela prefeitura são a saída ideal para o ordenamento. “Hoje, não podemos preparar comida nas nossas palhoças, nem temos um lugar seguro para guardar nossos equipamentos. Com essa medida, tudo ficaria mais fácil”, defende.

O repositor de estoques Walter Ambrósio, 20, vai à praia com frequência e afirma: faltam limpeza e infraestrutura. “Sinto muita falta de banheiros públicos. Também é preciso fazer alguma coisa para que a areia não fique tão suja e desorganizada por causa das barracas”, pontua.

Organizar a orla, para a estudante de terapia ocupacional Mariana Cavalcanti, 19, seria uma saída para chamar mais atenção dos turistas para a cidade. “Os visitantes chegam aqui e veem as palhoças todas espalhadas, sem identificação, padronização, desorganizadas. Faltam lixeiros, estrutura. Isso deixa a praia suja e não atrai”, disse.Procurada pela reportagem, a prefeitura de Olinda não se pronunciou.


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