A estudante Natália dos Santos Costa, 22 anos, foi esfaqueada dentro da própria casa por um motivo aparentemente banal. A agressão partiu do policial militar Hildo Francisco Clemente, 36, que desferiu cinco golpes na jovem porque ela havia derrubado parte de uma cerca de madeira construída pelo pai do militar dias antes. O crime ocorreu na noite da última segunda-feira e, até o fechamento desta edição, o estado de saúde da estudante era considerado grave. A cerca impedia que Natália e sua mãe de criação, a aposentada Maria Paula, 77, tivessem acesso à escadaria do Alto da Munguba, bairro de Caixa D'Água, em Olinda.
"O acesso tem uns 50 anos", informou o delegado de Peixinhos, Cláudio Guerra. A razão é que a casa de Maria Paula fica nos fundos da casa do pai de Hildo Clemente. A aposentada costumava recorrer ao acesso por ser mais fácil o deslocamento. Se não fizesse isso, Maria Paula teria que usar degraus escavados em uma barreira. O que, segundo testemunhas, eram bastante difícil em dias de chuvas. A cercafoi construída na semana passada, tendo Natália derrubado o trecho no sábado. Por causa disso, tanto a estudante quanto o policial militar prestaram queixas na delegacia do bairro.
Natália Costa, 22, sofreu a violência dentro de casa. A motivação do crime teria sido a derrubada de uma cerca erguida pelo pai do agressor
O crime se deu por volta das 19h, quando Natália e Maria Paula estavam sozinhas dentro de casa. A estudante foi socorrida por vizinhos e levada ao Hospital da Restauração, onde permanecia internada. Depois do crime, Hildo Clemente, que prestava serviços no Batalhão de Guardas do Palácio do Campo das Princesas, fugiu. Ninguém foi encontrado em sua casa nem nos imóveis de parentes. O prazo para o registro do flagrante terminou às 20h de ontem e, segundo o delegado de Peixinhos, há expectativas de Hildo se apresentar hoje ao comando da Polícia Militar. O Comando já foi comunicado do crime.
" Vamos requerer ainda amanhã (hoje) o pedido de prisão preventiva à Justiça", adiantou Cláudio Guerra. A princípio, o policial será enquadrado em tentativa de homicídio. E, acrescentou o delegado, com o agravante de ser um motivo fútil. Ele explicou que o Código Civil asseguraria à vitima e a sua mãe de criação o direito de acesso pelo terreno da casa do pai do PM. "É o que se chama direito de serventia", justificou. Os depoimentos sobre o caso começaram a ser tomados ontem pelo delegado. Entre eles estavam a aposentada Maria Paula, que cria Natália, desde a época em que a vítima era criança.
http://www.pernambuco.com/diario/2008/01/16/urbana6_0.asp
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