quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Tapioqueiras do Alto da Sé reclamam das condições de trabalho

Iguaria mais requisitada pelos turistas que visitam o Alto da Sé, em Olinda, a tapioca foi considerada em 2006 patrimônio imaterial da cidade. A situação de quem faz esta delícia, no entanto, não é tão favorável quanto o título sugere.

A primeira queixa das tapioqueiras é a falta de espaço. “Aqui só cabe um isopor. Não temos onde acomodar os clientes que chegam, é horrível. O ideal seria ter um quiosque maior que pudesse abrigar pelo menos um freezer”, sugeriu dona Dulce Nascimento, uma das tapioqueiras.

Dona Luciana do Nascimento, 83 anos, é a mais antiga tapioqueira a trabalhar no alto da Sé. Ela reclama da cobertura das barracas: “Quando chove perdemos tudo”, lamentou.

Outro problema é a falta de padronização. Em dezembro a prefeitura realizou uma eleição para definir qual seria a farda das tapioqueiras. Elas escolheram a roupa, mas nem todas usam: “É muito quente”, diz Albanita Galdino.

Pior ainda é a hora de usar o banheiro. De acordo com as trabalhadoras, só há um banheiro, que, tanto elas quanto público geral usam. Elas argumentam que fica difícil até lavar as mão: “O banheiro fica fechado dez dias para cada dia aberto”, protestou Silvana Barbosa.

“Temos de lavar nossas mãos no isopor, se não elas ficam suja. Sujas como os banheiros”, concluiu.

A prefeitura informou que as tapioqueiras pagam uma taxa de R$ 19,00 que cobre energia elétrica e que as roupas foram escolhidas pelas próprias trabalhadoras. Sobre o problema dos banheiros, a prefeitura informou que as fossas são limpas uma vez por mês.

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