Rodotur alega que só poderá iniciar o trabalho após receber autorização por escrito dos condôminos Foto: Cecilia de Sá Pereira/Especial para o DP
As obras para a retirada do ônibus que se chocou contra um prédio no bairro de Rio Doce, em Olinda, devem ser iniciadas nesta quarta. Embora o início dos trabalhos estivesse marcado para esta terça-feira, um entrave jurídico impediu que a empresa Rodotur autorizasse a empresa de engenharia Betonpoxi a proceder à remoção do veículo. No choque, provocado por um acidente na manhã da segunda-feira, o coletivo danificou colunas de sustentação do edifício Zeninha, localizado na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti. Por isso, além da retirada do veículo, também será preciso fazer obras de escoramento e recuperação estrutural do prédio, que corre o risco de desabar.
De acordo com o gerente operacional da Rodotur, Almir Souza Leão, o que impediu a imediata autorização do serviço foi o fato de que, em uma reunião realizada esta tarde, advogados das empresas envolvidas chegarem à conclusão de que não seria possível a assinatura do contrato para a realização dos trabalhos no prédio entre a Rodotur e a Betonpoxi. Como não é proprietária do imóvel, a empresa de transporte não poderia contratar os serviços em nome dos donos dos apartamentos.
Segundo Almir, uma nova reunião, desta vez entre os proprietários dos apartamentos e a Rodotur, deve ocorrer nesta quarta. A empresa vai propor a assinatura do contrato em nome dos donos dos apartamentos, mas continua com o compromisso de custear integralmente a obra, ainda que informações preliminares dêem conta de que o motorista do ônibus não teve culpa do acidente. Caso os proprietários aceitem a proposta e contratem a mesma empresa inicialmente escolhida, o início das obras deve ser imediato.
Acidente - De acordo com testemunhas, o coletivo trafegava por volta das 4h45 da manhã da segunda-feira na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti quando colidiu com um veículo em alta velocidade que vinha na contramão e com os faróis apagados. A condutora do carro, um Fiat Uno, morreu no local. Depois do choque, o motorista do ônibus perdeu o controle do veículo e colidiu com o prédio. O condutor ficou preso nas ferragens e precisou ser socorrido, mas não corre risco de morte. Vários passageiros do ônibus também sofreram escoriações leves.
Moradores dos 24 apartamentos do edifício atingido e do prédio vizinho, que também precisou ser evacuado por conta dos riscos de desabamento, estão hospedados em um hotel em Olinda às custas da Rodotur. A empresa afirma que vai solicitar investigações sobre o acidente e pretende solicitar o ressarcimento das despesas ao eventual culpado.
Da Redação do PERNAMBUCO.COM
http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=2008115210534&assunto=124&onde=1
Ônibus ainda está servindo de escora
OLINDA // Dois dias após o acidente, o veículo continua no local e os moradores dos edifícios Ana Tenório e Zeninha não podem voltar para casa
Tânia Passos
Da equipe do Diario
Mais de 48 horas após o acidente com o ônibus da empresa Rodutor que invadiu o edifício Zeninha, em Rio Doce, Olinda, destruindo uma das pilastras de sustenção do prédio que ameaça desabar, tudo continua igual. O ônibus permanece no local e os trabalhos de escoramento previstos para serem feitos ontem não foram iniciados. De acordo a diretoria da Rodutor, o departamento jurídico da empresa e da firma a ser contratada para efetuar o trabalho, só podem realizar os procedimentos após autorização por escrito dos condôminos.
"A Rodotur fica responsável pelo pagamento, a firma pela obras de reparo e o condomínio pela autorização da realização da obra", explicou o gerente de operações da Rodotur, Almir Leão. Hoje pela manhã, haverá uma reunião com cinco representantes do condomónio do Edifício Zeninha: o síndico e mais quatro moradores.
"O início das obras só depende da assinatura do contrato que precisa da autorização por escrito do condomínio", ressaltou Leão. Ainda de acordo com o gerente de operações, vão ser os moradores que irão decidir qual firma que executará os serviços. No primeiro dia do acidente, a empresa Bethon Poxi esteve no local e fez avaliação dos danos. Ontem um engenheiro da Tecnobase também foi ao local do acidente para fazer análise e apresentar um orçamento. "Se os moradores quiserem uma terceira opinião de outra empresa eles podem indicar. A agilidade da obra vai depender da assinatura do contrato", ressaltou Leão.
Retorno - Por causa do impasse, o cronograma de retorno dos moradores para suas casas também foi alterado. A Diretoria de Controle Urbano de Olinda chegou a anunciar que os moradores do Edfício Ana Tenório, vizinho ao Zeninha, que tiveram de desocupar o prédio às pressas, iriam retornar na próxima quinta-feira. "Esse cronograma não poderá ser cumprido, mas após a assinatura do contrato, os trabalhos de escoramento são concluídos em apenas 48 horas", declarou Almir Leão.
Com o escoramento os moradores do Edifício Ana Tenório vão poder voltar para suas casas, já os moradores do Zeninha, somente após a recuperação da estrutura danificada com o impacto do ônibus. Os moradores dos 24 apartamentos dos dois prédios se encontram hospedados em um hotel que está sendo pago pela Rodotur. "São custos emergenciais que a empresa se propôs a pagar mesmo não sendo responsável direta pelo acidente, mas após serem apuradas as reponsabilidades nós vamos querer ressarcimento", afirmou Leão.
Demora atrapalha o trânsito
Desde o acidente, na última segunda-feira, o trânsito no local está mais lento, a pista foi parcialmente interditada. A guarda muninicipal de trânsito de Olinda fez um desvio sentido centro/subúrbio até que o ônibus seja retirado do local, o que está previsto para ocorrer nesta quarta-feira, se o impasse da assinatura do contrato entre a firma e o condomínio para execução das obras for resolvido ainda hoje.
O ônibus da empresa Rodotur, que fazia a linha Engenho Maranguape, se chocou com o prédio depois de bater de frente em um Fiat Uno na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, na altura dos Correios. O acidente ocorreu por volta das 4h45 da última segunda-feira. A motorista do carro de passeio, Márcia de Oliveira Ferreira, 47 anos, morreu no local.
Carioca, Márcia Oliveira Ferreira, 47 anos, tinha vindo passar o Natal e o ano-novo com parentes do Janga, em Paulista, para tentar sufocar a saudade. Saudade pela ausência do filho e do marido que morreram em acidentes de carro nos três últimos anos.
Na batida frontal com o fiat, o motorista do coletivo, Manuel Rodrigues da Silva, 57 anos, perdeu o controle do veículo e acabou se chocando com o Edifício Zeninha, nº 4.264, na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, em Olinda. Ele ficou preso nas ferragens e foi retirado pelo Corpo de Bombeiros.
Levado ao Hospital Prontolinda com dores no corpo, o motorista teve alta no mesmo dia. Ele não sofreu fraturas. Os outros cinco passageiros, incluindo o cobrador, tiveram ferimentos leves e foram socorridos no Samu.
As famílias dos 24 apartamentos tiveram que sair às pressas, incluindo os moradores do Ana Tenório, vizinho ao prédio atingido. Desde a desocupação forçada na última segunda-feira, os moradores fazem plantão na frente do prédio a espera de autorização para retirada dos pertences.
http://www.pernambuco.com/diario/2008/01/16/urbana9_1.asp
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