terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Rio Doce: Moradores de edifício sofrem enquanto esperam retirada de ônibus
Os moradores dos edifícios Zeninha, atingido por um ônibus no fim da madrugada da última segunda (14), e do vizinho, Ana Tenório, lamentam não só os problemas estruturais das construções, mas também questões do cotidiano, alterado drasticamente após o acidente. Eles só poderão voltar aos apartamentos dentro de dois dias, segundo a Defesa Civil de Olinda.
A dona de casa Maria das Neves, moradora do Zeninha, é uma das que não teve mais sossego. Além do risco de perder a casa, ela lamenta o fato de só poder entrar em casa na sexta-feira (18). O motivo: o casal de periquitos Betty e Robinho, que estão sem comer desde a manhã de segunda. “Temo pelos meus periquitos. Os coitados não vão agüentar até sexta”, lamentou, entre lágrimas, Maria das Neves.
A professora Edileuza de Araújo está preocupada com a matrícula do filho. O rapaz foi aprovado no vestibular e tem que fazer a matrícula na universidade até quinta (17): “Ele tem que levar reservista, ficha 19 e outros documentos e todos estão no apartamento”, queixa-se a moradora.
CRONOGRAMA
Apesar dos protestos, o secretário-executivo de Obras de Olinda, João Batista, ratifica a proposta de que somente na sexta-feira os moradores poderão entrar nos apartamentos. “Se não houver imprevistos, pretendemos concluir a retirada do ônibus em 72 horas. Não é um serviço simples. É preciso fazer muitos cálculos para saber que tipo de obra poderá garantir que o edifício não desabe após a retirada do ônibus. Só depois do reforço no escoramento é que permitiremos a retirada de objetos”, justifica Batista.
Assim que os técnicos concluirem os cálculos, uma estrutura metálica passará a ser construída em torno da pilastra danificada pelo ônibus. Esta estrutura deverá ser construída em 48 horas. Só depois, provavelmente na quinta-feira (17), o ônibus será retirado. Então, os moradores do edifício Ana Tenório (prédio vizinho) poderão voltar para os apartamentos. No dia seguinte, os moradores do Edifício Zeninha (atingido pelo coletivo), organizados em turnos e grupos, poderão retirar documentos e os objetos pessoais.
Enquanto os trabalhos não ficam prontos, as 24 famílias de moradores dos dois edifícios permanecem dormindo em casas de parentes ou em hotéis pagos pela empresa dona do ônibus envolvido no acidente.
ACIDENTE
Por volta das 4h45 da última segunda (14), o carro conduzido por Márcia de Oliveira Ferreira, 47 anos, ia no sentido centro/subúrbio e bateu de frente com o ônibus, que fazia a linha Engenho Maranguape. Ela morreu no local.
O motorista do coletivo, Manoel Rodrigues da Silva, 57 anos, perdeu o controle do veículo, que acabou subindo a calçada e invadindo a área do edifício Zeninha. Na hora do acidente, o veículo danificou seis das doze pilastras de sustentação do edifício, de forma que a construção está instável. Uma grande rachadura é visível no primeiro andar do prédio.
Manoel Rodrigues ficou preso às ferragens, mas foi retirado e levado para o Hospital Prontolinda, de onde foi transferido para o Hospital Ana Nery, no Recife. Outras cinco pessoas - o cobrador e quatro passageiros do ônibus - ficaram levemente feridas.
da Redação do pe360graus.com
http://pe360graus.globo.com/
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