terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Serviço de escoramento de prédio deve ser concluído em dois dias
O impacto foi tão violento que o Fiat Uno ficou destruído. Os bombeiros retiraram Márcia Oliveira das ferragens já sem vida Foto: Alcione Ferreira/DP
Capa do "Jornal do Commercio"
Começa nesta terça-feira (15) o trabalho de escoramento do edifício Zeninha, em Rio Doce, Olinda, que foi atingido por um ônibus, na madrugada da última segunda-feira (14). A Beton Poxi foi contratada pela empresa dona do ônibus para desenvolver o serviço.
“O risco de desabamento é mínimo. Será feito o escoramento e a construção poderá sim ser recuperada. Na quinta-feira (17), o ônibus será retirado e os moradores do edifício vizinho poderão voltar para seus apartamentos. Na sexta-feira, organizaremos turnos e grupos e os moradores do Zeninha poderão retirar documentos e os objetos mais importantes”, explica Eduardo Medeiros, diretor de Controle Urbano de Olinda.
O trabalho de escoramento deve ser concluído em até dois dias. “Não há uma definição precisa quanto a isso. O pilar que sofreu o principal impacto está totalmente comprometido. A empresa vai escorá-lo em seu entorno para depois iniciar a recuperação desse pilar”, diz o secretário-executivo de Obras de Olinda, João Batista.
Segundo Batista, o trabalho dos técnicos da Prefeitura é monitorar e fiscalizar o andamento do trabalho. A recuperação do prédio em si deverá consumir de 30 a 40 dias.
O ACIDENTE
Por volta das 4h45 da última segunda (14), o carro conduzido por Márcia de Oliveira Ferreira, 47 anos, ia no sentido centro/subúrbio e bateu de frente com o ônibus, que fazia a linha Engenho Maranguape. Ela morreu no local.
O motorista do coletivo, Manoel Rodrigues da Silva, 57 anos, perdeu o controle do veículo, que acabou subindo a calçada e invadindo a área do edifício Zeninha. Na hora do acidente, o veículo danificou seis das doze pilastras de sustentação do edifício, de forma que a construção está instável. Uma grande rachadura é visível no primeiro andar do prédio.
Manoel Rodrigues ficou preso às ferragens, mas foi retirado e levado para o Hospital Prontolinda, onde foi inicialmente atendido. No fim do dia, ele foi transferido para o Hospital Ana Nery, no Recife. Segundo os médicos, ele passa bem, está consciente e orientado, apesar das dores e escoriações pelo corpo.
Outras cinco pessoas - o cobrador e quatro passageiros do ônibus - ficaram levemente feridas; todas já foram socorridas e nenhuma corre risco de morte.
Devido à batida, o trânsito na avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, principal via do bairro e local onde fica o prédio, continua lento. O tráfego foi interrompido no sentido centro/subúrbio. Quem precisa seguir pela via deve pegar a entrada de Rio Doce à direita e continuar pela avenida Beira-Mar.
da Redação do pe360graus.com
http://pe360graus.globo.com/
Moradores dormiam
"Eu senti que algo de ruim ia acontecer. Então eu dobrei os joelhos, antes de dormir, orei e entreguei a Deus. Quando eu vi, de madrugada, só foi o barulho e a poeira. Pensei que o prédio fosse cair, mas Deus é fiel". O relato é da moradora do apartamento 101 do Edifício Zeninha, principal atingido durante a colisão entre o ônibus e o Fiat Uno. Moradora do imóvel há 20 anos, a funcionária pública Elma Paiva, 53 anos dormia quando o ônibus atingiu seu quarto, sem que houvesse desabamento. Sua amiga, a psicóloga Luci Andrade, 47 anos, também dormia e teve um susto semelhante. As duas desceram do apartamento e só tiveram tempo de pegar algumas roupas. Os outros moradores fizeram o mesmo.
Evangélica, Elma dizia estar tranqüila e confiante numa solução para seu apartamento. "Deus é lindo. Em momento nenhum eu fiquei nervosa, ou chorei. Eu estou bem, viva, com saúde. Só fiquei preocupada com a moça do carro, mas quando eu vi o estado do veículo# Soube que ela tinha morrido na hora", lamentava.
Segundo Ana, uma conhecida de Márcia que não revelou o sobrenome mas que prestou assistência aos seus amigos e parentes, todos estavam muito tristes. Entre elas Gracinha, uma de suas amigas, que chegou a desmaiar quando viu o corpo no carro. Márcia era pensionista e sentia demais a dor da perda do filho e do marido. "Ontem (no domingo à noite) ela disse à prima que estava muito triste e que achava que iria morrer de acidente de carro", frisou Ana.
Autorização - Para a aposentada Neyde Carvalho, 83 anos, o drama agora vai ser das famílias que não podem entrar em seus apartamentos até serem autorizadas pela Defesa Civil. Das 4h45 até o meio dia de ontem, elas ficaram na rua. O prédio onde Neyde mora teve apenas o muro derrubado. Mas por conta dos riscos do edifício vizinho, o Zeninha, nenhum morador pôde ficar no local. Neyde contou que, em 17 anos morando na avenida, uma das principais de Rio Doce, não viu acidente semelhante.
Levado ao Hospital Prontolinda com dores no corpo, o motorista teve alta ainda ontem. Ele não sofreufraturas. Os outros cinco passageiros, incluindo o cobrador, tiveram ferimentos leves e foram socorridos no Samu.
http://www.pernambuco.com/diario/2008/01/15/urbana1_1.asp
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