quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Olinda 100 anos de frevo


A história do frevo por Weydson Barros Leal

Livro ainda traz DVD gravado durante o carnaval de 2007
CRÍTICO fez pesquisa histórica, mas o tom é pessoal


O centenário do frevo, comemorado no ano passado, continua a render homenagens. Com texto assinado pelo crítico de arte Weydson Barros Leal, a Prefeitura de Olinda e a Publikimagem lançam “Olinda, 100 anos de frevo”, livro que reúne textos de Leal sobre o ritmo símbolo do carnaval pernambucano, além de imagens de diversos fotógrafos. O título ainda traz DVD gravado durante o carnaval de 2007, com apresentações dos cantores Alceu Valença, Elba Ramalho, Claudionor Germano, Som da Terra, Maestro Duda, J. Michiles, Quinteto Violado, entre outros. O lançamento acontece hoje, no Mercado Eufrásio Barbosa, às 19h, para convidados, e no dia 21, no mesmo horário, na Livraria Cultura, em noite de autógrafos aberta ao público.

Ainda que tenha se baseado em pesquisas históricas e artigos diversos sobre o tema, o texto de Leal, em primeira pessoa, anuncia o tom subjetivo da experiência momesca, não pretendendo ser, como afirma o crítico “um estudo da história ou sociologia do carnaval”. “Procurei, a partir de uma visão bastante pessoal, descrever a história do frevo no carnaval olindense como seu eu fosse uma câmera de cinema, passando por dentro dos blocos e agremiações”, explica Leal.

O livro apresenta impressões sobre a folia do Recife (“a primeira vez que estive perto do Galo da Madrugada foi no carnaval de 1981. Ainda era um bloco pequeno, ou mais uma curiosa agremiação que alegrava o carnaval de Pernambuco”, lembra Leal), sobre os maracatus de baque solto e virado, papangus, caboclinhos, ursos e, claro, sobre o frevo e sobre carnaval olindense com suas tradicionais fantasias, troças e blocos. “O frevo, que não é só uma música popular no sentido das grandes multidões, mas uma construção sofisticada de letra e música, tendo entre seus autores maestros e poetas, abrange um público tão heterogêneo quanto pronto para animação”, escreve o autor.
Infelizmente as fotografias do livro (de um coletivo de fotógrafos) não alcançam a delicadeza do texto de Leal e não permitem que o registro seja classificado como “um livro de arte”, como sugere o editor Paulo Magalhães. As imagens não constróem unidade visual, muitas não têm definição, foco ou apresentam falhas de iluminação e enquadramento, sendo, dentre tantos deslizes, a falta de originalidade o pior deles.


Lançamento // Subjetivismo conduz livro Olinda 100 anos de frevo

Michelle Assumpção
Da equipe do Diario

Depois do Recife ter ganho o seu registro oficial do frevo, é a vez de Olinda apresentar sua publicação. O livro Olinda 100 anos de frevo é lançado hoje no Mercado Eufrásio Barbosa, numa cerimônia para convidados. Escrito pelo crítico de arte Weydson Barros Leal, o projeto foi idealizado pela Prefeitura de Olinda e Publikimagem Comunicação e Empreendimentos Culturais, com recursos da Petrobras e outras empresas, por meio da Lei Rouanet. Os escritos, apesar da oficialidade da publicação, são despretensiosos. Seu autor escreve em primeira pessoa, sem utilizar critérios mais rigorosos como a cronologia dos acontecimentos ou mesmo datas e citação dos autores quando são lembradas situações do Carnaval pernambucano e suas principais composições. No formato capa dura e papel couchê, a publicação serve mais para os que querem um registro do Carnaval enquanto dias de folia do que um documento que venha acrescentar aos interessados em abordagens etnomusicológicas ou mesmo históricas do frevo.

Na maioria dos casos, Weydson usa de suas próprias memórias para costurar uma narrativa que constrói um panorama festivo, não necessariamente ligado somente ao frevo. Nos primeiros parágrafos da publicação, ele recorda uma ida sua ao Galo da Madrugada, nos idos de 80. Depois introduz Olinda no Carnaval pernambucano como destino dos foliões que saíam do Galo, no sábado de Zé Pereira, para brincar no sobe e desce das ladeiras e becos da Cidade Alta. Apresenta tradições como às dos maracatus e caboclinhos, não se prendendo portanto a assunto "frevo e seus executores". Cita blocos históricos como Elefante e Pitombeira, e comenta um pouco sobre outras agremiações existentes no Carnaval de Olinda. Sente-se falta porém, até mesmo pela proposta de comentar sobre os 100 anos do frevo, de fotos e textos que evoquem mais o passado desta manifestações, sobretudo na cidade olindense.

O autor confirma sua intenção de elaborar um texto mais pessoal do que acadêmico ou que sirva aos interesses de pesquisadorese estudiosos no assunto. "Procurei, a partir de uma visão bastante pessoal, descrever a história do frevo no carnaval olindense como se eu fosse uma câmera de cinema, passando por dentro dos blocos e agremiações", explica o autor, também folião inconteste. O livro é bilíngue e está traduzido para o espanhol pela especialista na língua Herta Davino. Junto com o livro, o projeto consta de um DVD, que traz a gravação de um show ao vivo, no carnaval de 2007, no Pólo Carmo. No palco dos 100 anos de frevo da Prefeitura de Olinda passaram artistas como Alceu Valença, Elba Ramalho, Claudionor Germano, Maestro Duda, J. Michiles entre outros. O livro será vendido por R$ 50, na Livraria Cultura.

http://www.pernambuco.com/diario/2008/01/16/viver12_0.asp

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