segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Praia, banho e... coliformes fecais?


Crianças se divertem nadando na sujeira da Praia do Carmo - uma das mais degradadas (Foto: Diego Nigro)

CPRH alerta para risco de entrar na água em trechos poluídos do litoral de PE


MIRTHYANI BEZERRA

O sol forte batendo na janela despertou na dona de casa Ana Lúcia Gomes, de 22 anos, a vontade de fazer algo de diferente com os filhos que, nas férias escolares de janeiro, costumam passar o dia inteiro em casa. Sem dinheiro para freqüentar locais pagos, ela decidiu levar à praia a mãe, as crianças e uma mulher que lhe presta serviços. Ana Lúcia mora em Santo Amaro, no Recife, e a praia mais próxima da sua casa - e que ela freqüenta - é a do Carmo, em Olinda. O local, no entanto, é classificado pela Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH) como um dos mais poluídos do litoral pernambucano. Ela tem consciência disso. “Eu não gosto de vir para cá, mas esse é um lazer barato e perto da minha casa. Se a praia fosse mais limpa, seria bem melhor. Eu não me preocuparia com a saúde dos meus filhos”, contou.

Ana Lúcia não é a única a ver as praias como locais de lazer mais apropriados para curtir o verão. Sol e mar atraem muitas pessoas que, nesta época do ano, saem em busca de descanso e um bom bronzeado. Optam por viajar para áreas mais distantes no litoral ou, simplesmente, tomar um coletivo e se dirigir à praia mais próxima de casa. É preciso, no entanto, ficar atento para não fazer a mesma escolha da dona de casa. Praias poluídas podem oferecer riscos à saúde. Segundo o diretor técnico ambiental da CPRH, Nelson José Maricevich, dependendo do tipo de sujeira presente à água, as pessoas estão sujeitas a contrair diversas patologias. “A mais comum é a hepatite. Mas há, também, doenças de pele”, explicou.

De acordo com relatórios elaborados semanalmente por equipes da CPRH, que trabalham em 48 pontos de coleta ao longo de todo o litoral pernambucano - o que compreende 11 municípios monitorados -, além da praia do Carmo, trechos de outras três praias são desaconselhados para o banho: Bairro Novo, também em Olinda; Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho; e Barra de Sirinhaém, em Sirinhaém. O diretor técnico ambiental do órgão esclareceu que a poluição das águas não é medida pela presença de resíduos deixados por banhistas no mar, mas pela quantidade de bactérias denominadas coliformes fecais.

“Essas bactérias, presentes em grande número na flora intestinal das pessoas, servem como indicadoras de risco de contaminação por outros microrganismos causadores de doenças”, acrescentou. Nelson explicou que os coliformes fecais são provenientes do esgoto doméstico, despejado no mar junto às águas de chuva - recolhidas pelas galerias de drenagem pluvial. “A deficiência no saneamento urbano é a principal causa para a poluição nos mares. A CPRH tem apenas a função de controlar e monitorar as taxas de contaminação, sendo a solução do problema de responsabilidade do poder público, como governos e prefeituras”, afirmou.

http://www.folhape.com.br/

4 comentários:

Patrícia N. Moraes disse...

É de dar Vergonha :(

Patrícia N. Moraes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Charlys Rocha disse...

Charlys.

Uma pena, um lugar tão líndo !

Charlys Rocha disse...

Neia.
Que pena moro perto e não posso tomar um banho !