terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Operação percorre o Sítio Histórico para orientar sobre uso do som eletrônico


Durante os próximos dez dias, vinte ruas do Sítio Histórico de Olinda serão visitadas por profissionais da Secretaria de Assuntos Jurídicos da cidade. O objetivo do porta a porta é orientar os proprietários dos imóveis sobre a Lei 5.306/2001, que proíbe a utilização de aparelhos de som com a intensidade entorno de 70 decibéis, evitando a formação de focos de animação não oficiais que possam atrapalhar o desfile das troças e blocos.

O trabalho, de caráter educativo, teve inicio esta manhã, pela rua de São Bento. Durante a visita é entregue uma carta contendo instruções sobre a multa, que é de R$ 7 mil, podendo ser aplicada em dobro em caso de reincidência, e ainda sugestões para resguardar proprietários que alugam as casas durante o período da festa. A dica é incluir no contrato de aluguel uma cláusula que proíba o aumento de som além do permitido ou o pagamento de uma caução prévia, independente do pagamento do aluguel.

De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos, César Pereira, o objetivo é garantir as características tradicionais do carnaval de Olinda: “Essa ação visa impedir aglomeração de pessoas na frente das residências para não prejudicar o desfile de blocos e troças pelas ruas”, enfatizou.

A professora Maria do Carmo Nascimento disse que já foi muito prejudicada com o som alto dos turistas que alugavam casas vizinhas. “A multidão ficava toda reunida por causa de um som que vinha de uma casa. Isso podia acabar em violência, roubos e abusos”. Hoje, ela aprova a iniciativa. “O carnaval da cidade fica mais limpo, e a cultura local mais valorizada. Além disso, facilita o trânsito dos blocos e dos foliões”, comemorou.

Para a psicóloga Lucimar de Albuquerque, a prefeitura de Olinda deve investir em mais orquestras para animar os foliões. “Se a secretaria proíbe a utilização de som nas casas, a prefeitura deve oferecer mais alternativas de orquestras em pontos descentralizados para animar o povo. Caso contrário, eles vão ligar o som”, sugeriu.

A lei municipal foi criada em 2001. No primeiro ano, as blitz resultaram na aplicação de 30 multas e apreensão de número igual de equipamentos. Segundo Pereira, até 2008, o número vem caindo gradativamente até que, no ano passado, apenas dois casos de infração foram registrados. Ele adiantou que a média ao longo dos anos de fiscalização foi de 50 casos.

Neste primeiro momento, a ação tem apenas caráter educativo mas, durante o carnaval, será punitiva. A fiscalização será realizada pela Polícia Militar e Guarda Municipal, que poderá apreender os equipamentos de som. As denúncias podem ser feitas pelos telefones 3429.0169 / 3439.3081. O atendimento acontece das 8 às 20h.


Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR, com informações do repórter Edilson Segundo

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