Moraes Moreira se rende mais uma vez ao carnaval pernambucano e canta nesta terça-feira à noite no palco Fortim do Queijo, em Olinda, onde também se apresentam Ska Maria Pastora e DJ Dolores com Guitarradas do Pará
Michelle de Assumpção // Diario
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Há pelo três anos que o carnaval de Pernambuco não passa sem Moraes Moreira. O baiano da escola do frevo no
Moreira aplaude a pluraridade da folia local. Foto: Iano Andrade/CB
trio elétrico está há vários anos distante do carnaval de sua cidade patrimônio. Como faz todos os anos, arruma um lugar na agenda carnavalesca da terra do frevo e depois segue com a divulgação do ritmo por outras capitais do Brasil. Hoje, ele é a atração principal do palco do Fortim do Queijo, em Olinda. Antes dele, tocam os olindenses do Ska Maria Pastora e o projeto que junta DJ Dolores com Guitarradas, do Pará, e convidados. Moraes Moreira repete que está cansado de falar de sua briga com o carnaval de Salvador, mas adianta uma novidade: ano que vem, ele retorna. Sua esperança é que os gestores se sensibilizem com a data dos 60 anos de criação do trio elétrico. "Enquanto tiver aquela loucura de carnaval de bloco, eu não volto", diz o cantor, que defende uma política mais sensível à pluralidade do carnaval baiano. "É difícil mudar aquilo lá, mas com esse lance dos 60 anos do trio elétrico, eu espero que eles se sensibilizem e comecem a dar valor para buscar o carnaval essencial, tem que ter espaço para isso", defende Moraes.
O show de Moraes estará repleto de frevos; baianos e pernambucanos. Entre eles, o novíssimo Spok Frevo Spok, que fez em homenagem ao músico recifense. "Conheci ele aí, toco há três anos seguidos no carnaval de Pernambuco. Acho maravilhoso seu trabalho, super importante, vai abrindo fronteiras para o frevo. Como divulgador, só posso aplaudir", depõe. O show, adianta, começa com a ciranda Leda. Depois vem Tapioca de Olinda; emenda com os clássicos Evocação e Batutas de São José. Depois, só hits: Pombo Correio, Festa do interior, Chão da praça, Bloco do prazer, Preta pretinha, Vassourinha, etc. Moraes também fará leituras de trechos de cordel; que estão apresentados por completo no seu novo DVD. O material foi lançado esta semana, pela gravadora Biscoito Fino. É um vídeo documental, onde ele conta e canta Novos Baianos e sua fase solo.
Skas e merengues - A banda olindense Ska Maria Pastora é bem nova e poucos devem tê-la visto em palco. Hoje, é uma oportunidade do público confirmar os comentários que estão surgindo de que a Ska é uma das bandas mais promissoras do estado. Os músicos fazem uma mistura de frevo com ska. Tecnicamente, usam algumas harmonias do frevo para dar uma acelerada no ritmo jamaicano, precursor do reggae. É música boa e, ainda mais, serve para dançar sem parar. No repertório estão releituras de frevos de Capiba; da banda norte-americana The Skatalites (uma de suas principais influências), além de frevos de bloco como o Hino do Batutas de São José e da Pitombeira.
DJ Dolores se junta aos músicos do Grupo Guitarradas para um experimentalismo que também resulta numa colagem bem dançante. O grupo paraense, que já se deu bem em algumas apresentações no Recife, volta agora para apresentar sua apimentada e tradicional leitura de carimbós, lambadas, merengues e choros. Os músicos pernambucanos Júnior Black e Yuri Queiroga também são convidados. Os shows começam a partir das 19h30 e têm entrada aberta ao público.
http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/17/viver1_0.asp
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