sábado, 14 de fevereiro de 2009

Operação resgate

Diario Urbano
Luce Pereira
luce.pereira@diariodepernambuco.com.br

Operação resgate

Nove entre dez ex-foliões de Olinda são capazes de afirmar que desistiram do sobe e desce ladeira pela má fama que o carnaval da Marim passou a ter na última década, quando surgiram "adventos" como o beijo forçado, combatido com força de lei desde 2002. Se a qualidade da freqüência sofreu uma queda estrondosa, com os foliões mais seletos indo procurar refúgio no Recife Antigo, foi apenas porque as autoridades do município não partiram para as providências necessárias. Devem ter raciocinado, a princípio, que em se tratando de carnaval o que vale mesmo é quantidade. Erraram. Agora, remédios ministrados ainda que em pequenas doses podem ajudar a resgatar um pouco da segurança perdida, isso se chegar (a tempo) aos ouvidos dos foliões que a brincadeira vai sair mais cara para quem for pego com a boca na botija, cometendo crimes de menor potencial ofensivo. A partir de uma parceria entre a Faculdade de Olinda (FOCCA) e órgãos de justiça e segurança (MPPE, SDS, TJPE e Defensoria Pública do Estado), começa a funcionar o Primeiro Juizado do Folião, à semelhança da bem-sucedida Justiça do Folião, criada para punir excessos no desfile do Galo da Madrugada. Uma equipe de defensores públicos, juízes, delegados e estudantes de direito estará de plantão para acolher queixas relativas a lesão corporal, assédio sexual, transtorno da ordem pública, dano ao patrimônio de terceiros e prática de furto, por exemplo. Funcionará na própria FOCCA, a partir do domingo e deve ser vista como a primeira boa medida para a carnaval de Olinda recuperar os foliões que, sem alternativa, migraram em direção a outras folias.


http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/02/14/urbana3_0.asp

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