Deu na coluna "JC nas Ruas" do "Jornal do Commercio":
Duas tragédias que chocaram o Estado completam dez anos em 2009: os desabamentos dos Edifícios Éricka e Enseada de Serrambi, ambos em Jardim Fragoso, Olinda. Apesar dos 11 mortos e dezenas de feridos e mutilados que deixaram, as lições que encerram não foram aprendidas. Basta ver a lentidão com que o problema do Conjunto Muribeca, em Jaboatão, vem sendo tratado. Há mais de seis anos já havia bloco ameaçado de desabamento no local mas, até hoje, só um dos seis em situação crítica foi reformado.
Em outubro do ano passado, o governo do Estado anunciou que ia revitalizar e urbanizar os dez maiores conjuntos habitacionais do Grande Recife, incluindo o da Muribeca, todos edificados pela antiga Companhia de Habitação de Pernambuco (Cohab), atual Cehab. Os projetos deveriam ser apresentados até janeiro mas, até hoje, ninguém viu ensaio de obra nenhuma. A única reforma feita em um dos blocos do Muribeca ocorreu seis anos atrás, por iniciativa dos moradores, que pressionaram a Cohab.
Embora todas as evidências indiquem risco de desabamento, as pessoas resistem a deixar os imóveis não por apego. Mas porque já conhecem o drama de outros desalojados que, até hoje, nem sequer conseguiram receber indenização para comprar outra casa. Infelizmente, o destino natural de moradores de prédios interditados ou desabados no Grande Recife é engordar o cordão dos sem-teto.
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