quinta-feira, 28 de maio de 2009

Teto de igreja cai em Olinda e gera polêmica

O desabamento, na última segunda-feira, do teto da Igreja de São João Batista dos Militares, em Olinda, no Grande Recife, ganhou repercussão na Alepe. Os deputados Pedro Eurico (PSDB) e Jacilda Urquisa (PMDB) abordaram o assunto e questionaram o posicionamento da secretária de Patrimônio Histórico e Cultural, Márcia Souto, que declarou à Folha de Pernambuco que a responsabilidade pelo restauro da estrutura é da Igreja Católica, detentora da posse do prédio. Eurico informou que enviará ofícios aos Ministérios Públicos Federal e Estadual e ao governador Eduardo Campos (PSB), solicitando a instauração de inquérito policial para apurar a responsabilidade pelo “descaso” que resultou no desgaste da edificação.

“A Prefeitura de Olinda está sob uma administração que se diz socialista, popular e progressista, mas não teve o cuidado de preservar o patrimônio do povo. Se não é responsabilidade do Poder Municipal zelar pela história da cidade, então para que serve a Prefeitura?”, indagou o líder tucano. “Gostaria de dizer à secretária que, se a Prefeitura não tem responsabilidade com o patrimônio da cidade, a Secretaria onde ela atua nem deveria existir”, argumentou a deputada.

Em aparte à Jacilda, o deputado Luciano Moura (PCdoB) lembrou que, em 1999, durante a administração da peemedebista, que governou a localidade de 1996 a 2000, a Revista Veja publicou matéria afirmando o risco de a localidade perder o Título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), “por causa do abandono”. “Hoje, a cidade virou canteiro de obras”, ressaltou Moura, informando que o Governo Municipal obteve, por meio de parcerias, R$ 600 mil para as obras de escoramento e recuperação do teto da Igreja de São João Batista dos Militares. Entretanto, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso, discordou dos trabalhos, alegando que a prioridade era a instalação de uma creche no local.

André Campos (PT) ponderou que o problema é “histórico e difícil de resolver”. “Olinda tem baixa arrecadação e, se não houver ajuda da Unesco e de outros órgãos, a situação complica”. Terezinha Nunes (PSDB) pensa diferente. “Se a cidade não tinha recursos, buscasse junto aos Governos Federal e Estadual”. Para o deputado Izaías Régis (PTB), infelizmente, o Brasil não tem a cultura de preservar a história. “Na Europa, existem obras anteriores ao nascimento de Cristo”, frisou.

Em defesa da peemedebista, Augusto Coutinho (DEM) disse ser necessário“desmistificar a lenda de que, sob a administração de Jacilda, Olinda perderia o título concedido pela Unesco, porque uma mentira dita muitas vezes pode se tornar verdade”. O integrante do Democratas aproveitou para elogiar a Mesa Diretora da AL pelo cumprimento do novo Regimento Interno. Para Maviael Cavalcanti (DEM), “nem tudo que a imprensa divulga é verdadeiro”. Miriam Lacerda (DEM) alertou para a importância do santuário no turismo estadual. “Os poderes públicos devem adotar providências para que a igreja de Olinda seja reerguida e volte a ser ponto turístico”.


http://www.fisepe.pe.gov.br/cepe/materias2009/mai/legi05270509.htm

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