terça-feira, 26 de maio de 2009

Problemas da Segunda Perimetral Norte, em Olinda, continuam sem solução

Nem a Prefeitura nem o DER assume a responsabilidade pela manutenção da via; enquanto isso, pedestres não têm acostamento e paradas de ônibus e carros caem nos buracos

Da Redação do pe360graus.com

A Segunda Perimetral Norte liga duas importantes cidades: Recife e Olinda, na Região Metropolitana. A rodovia, que deveria ser bem cuidada, está abandonada. O NETV 1ª Edição tem mostrado o problema. A prefeitura diz que o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) é quem deve fazer a manutenção.

Já o DER rebate a responsabilidade: diz que apenas construiu a Perimetral e que cabe à Prefeitura de Olinda cuidar da estrada, do acostamento, da limpeza do mato. Enquanto isso, quem passa pelo local convive com buracos e muita lama. Os pedestres não têm calçada, nem acostamento - precisam ir para o meio da rua. Também não podem contar com paradas de ônibus para se abrigar.

Depois da chuva, ficam as poças de água em vários pontos da Avenida Perimetral. Ninguém se arrisca a esperar o ônibus na parada. Everaldo Bezerra, que mora no local, diz que é tanta lama que os carros ficam impedidos de sair das garagens. “É quase impossível sair com meu carro aqui no dia de chuva, o carro morre”, conta. “Essa água está empoçada aqui já faz mais de 15 dias”.

Para quem é pedestre, o caminho é cheio de dificuldades. Não há faixas para travessia e a margem da pista em vez de calçamento tem barro e até canaletas de esgoto doméstico. Muitos reclamam da poeira que é levantada, principalmente quando passam ônibus e caminhões. “A gente corre da poeira, eu fico sufocada quando passo”, relata a catadora Luziara Gomes.

Os pedestres têm que desviar da lama, do lixo e dos carros velhos empilhados que ocupam metade do caminho. A dona de casa Adriana Azevedo diz que é difícil convencer o dono do comércio a retirar a sucata do local. “Eu já conversei com meu pai, e a gente concorda que tem que colocar os carros dele para dentro”.

Com tantos obstáculos, tem gente que prefere andar na rua, como a dona de casa Valdilene Silva. “Hoje mesmo a moto ia batendo em mim, na minha menina e na minha cunhada”, diz.

Animais soltos na avenida e buracos na pista também são riscos constantes para os motoristas. O trecho em frente ao Aterro Sanitário de Olinda é considerado um dos mais perigosos. O serviço de recapeamento que foi feito no local durou muito pouco: os motoristas têm que passar com todo o cuidado pra evitar acidentes e estragos nos veículos.

Por causa dos buracos, o trânsito fica lento. É preciso paciência pra suportar tanto sobe e desce. Os motoristas que vão para a outra pista também não escapam para motoristas e motociclistas dizem que os prejuízos são inevitáveis. “Eu já mandei fazer balanceamento, alinhamento, já botei pneu novo, mas já se acabou tudo”, reclama o comerciante Gilson Delgado.

DEPOIS DA CHUVA
Na manhã desta terça-feira (26), a reportagem foi cobrar do DER e da Prefeitura de Olinda um prazo para resolver o problema e voltou à perimetral. Depois de outra noite de chuva, um dia de tormento para os motoristas que trafegam na via - os buracos se multiplicam.

A Prefeitura diz que está recuperando o asfalto, mas os moradores são testemunhas de que o serviço não está assim tão perfeito. “Eles vêm aqui, fazem um paliativo, mas não vale de nada, porque vem um caminhão e no outro dia já está uma vergonha de novo”, disse o vigilante Elmiton Correia.

Enquanto os motoristas tentam desviar dos buracos, pedestres e ciclistas fazem uma ginástica para passar pela avenida que não tem acostamento nem calçada. “É perigoso, os pedestres passam no meio da estrada, capaz de atropelar uma pessoa”, reclama o motorista José Roberto de Lima.

O entregador de água Esmeraldo da Silva, que passa todo dia de bicicleta na avenida, pede providências. “Queria melhorias aqui para todo mundo, não sou só eu quem passa”.

RESPOSTA
Por meio de uma nota, a Secretaria de Imprensa de Olinda informou que a Prefeitura assumiu as obras de recuperação da via, mas que a responsabilidade pela manutenção da segunda perimetral é do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A assessoria de imprensa do DER não se pronunciou sobre o assunto.

Mas o problema da perimetral é muito mais do que tapar os buracos. Precisa haver construção de acostamento, limpeza do mato e canaletas para escoar a água. Se não, é tapar os buracos e vê-los abrir dias depois.

.

Nenhum comentário: