sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Escola dá aulas grátis de frevo em Olinda


Crianças da Companhia Brasil de Dança com a dançarina Adriana Soares de Lima (Foto: Márcio Pannunzio/pe360 graus/Globo Nordeste)

Companhia Brasil por Dança ensina passos do ritmo mais famoso de Pernambuco.
Professores voluntários dividem a carga horária dos ensaios.


Márcio Pannunzio
Do pe360graus/Globo Nordeste

Há 17 anos, o clube Vassourinhas de Olinda — responsável pelo bloco homônimo, cujo desfile ocorre no domingo de Carnaval, saindo da Igreja do Guadalupe — sedia os ensaios de um grupo que fez do frevo um importante passo na busca por uma vida melhor.

Durante todo o ano, a Companhia Brasil por Dança ensina gratuitamente à comunidade os passos do ritmo mais famoso de Pernambuco. Cerca de 60 adultos estão inscritos no projeto, além de 40 crianças, entre 3 e 10 anos.

Natália Cavalcanti, de 7 anos, comemora os bons resultados. “A dança me traz muitas aventuras, como as viagens quando nos apresentamos em outros lugares. Quero ser professora, mas nunca vou parar de dançar”, prevê a passista, nome que é dado a quem pula os passos do frevo.

O grupo costuma se apresentar, principalmente no período de carnaval, em escolas e eventos, além de integrar agremiações nas ruas e bailes. De acordo com a fundadora da companhia, a dançarina Adriana Soares de Lima, a preocupação com os alunos vai além do passo. “Para que as crianças participem, é preciso ter boas notas. Nós fazemos esse acompanhamento e cobramos a responsabilidade tanto na dança quanto na escola”, esclarece a professora.

E haja energia para o carnaval 2008, afinal, a agenda de apresentações já começou e está cheia. No último dia quatro de janeiro, 25 integrantes dançaram na abertura da Feira Nacional de Artesanato — Fenahall, em Olinda. Até o dia 13, o encantamento do público continuou por conta de pelo menos 14 passistas.

No próximo dia 25, a folia será na Praça de Casa Forte, no Recife. No dia seguinte, é a vez dos visitantes do Parque da Jaqueira caírem na dança com a companhia, que acompanhará blocos como Homem da Meia-noite e Vassourinhas, nas ladeiras de Olinda, a partir do sábado de Zé Pereira, no próximo dia 2.

Professores voluntários

Para ministrar as aulas, Adriana conta com a colaboração do coreógrafo Daniel Nascimento Dias. Ambos são professores voluntários e dividem a carga horária dos ensaios, realizados às segundas, quartas e quintas-feiras. “Preciso disso para ser feliz, pois me traz alegria e bom humor para a vida. Hoje, alguns alunos que começaram aqui trazem os filhos para participar. Estamos na quarta geração, ou seja, já somos uma família”, explica o professor.

Para que a folia aconteça, o trabalho é intenso e conta com a disciplina dos pais e alunos. “É muito importante para que eles desenvolvam a cultura da própria terra e cresçam praticando uma atividade saudável. Minhas filhas amadureceram muito desde que chegaram aqui, há dois anos, e estão mais espertas”, avalia Vitória Régia da Silva, mãe das dançarinas Ana Beatriz Barbosa, de 6 anos, e Adrielly Camile Guedes, de 4.

Dedicação

Adriana Lima descobriu o prazer da dança aos 5 anos. E, desde criança, ficou conhecida na comunidade como Adriana do Frevo, identidade que faz questão de preservar. “A comunidade reconhece meu amor e dedicação pelo ritmo ao longo de todo esse tempo. Então, só tenho a agradecer”, define a dançarina, que se divide entre o trabalho voluntário e três empregos: professora de História e Linguagem da Arte, secretária de escritório administrativo e recepcionista de restaurante.

A paixão da moça pelo carnaval mudou o cotidiano da família. As irmãs Swellyn Regina Soares, de 26 anos, e Bárbara Cristina Soares, de 22, também dançam na companhia. Enquanto a terceira irmã, Andréa Renata Soares, de 28 anos, cuida da arrumação e manutenção do figurino.

A relação da família com o carnaval tende a atravessar gerações. A mãe da frevista, Marineide Soares de Lima, conhecida como Dona Neide, borda roupas para as apresentações da Companhia Brasil por Dança, que vem conquistando um colaborador fixo. “Meu filho começou a desfilar no carnaval aos 4 anos, numa troça, e não parou mais. Hoje, ele tem 7 e nem pensa em abrir mão do carnaval”, conta Adriana do Frevo.

http://g1.globo.com/Carnaval2008/0,,MUL254968-9772,00-ESCOLA+DA+AULAS+GRATIS+DE+FREVO+EM+OLINDA.html

Um comentário:

Anônimo disse...

referente a aulas gratos de frevo , sera que da tempo ainda se se increvr?..qual telefone de lá. obg..bjs...adoro seu blog;rsr