Diario Urbano
Luce Pereira
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Entre os prefeitos do Recife e da RMR, na leva mais recente, João Paulo tinha pouquíisima simpatia pelos temas Sandy & Júnior e Mangueira, depois de massacrado por críticos que não cansavam de apontar as somas astronômicas pagas à dupla e a Estação Primeira por um show no Bairro do Recife e um desfile dos mais infelizes na Sapucaí.
Em menos de sete meses de governo, o sucessor, João da Costa, tem chances enormes de terminar o mandato com uma respeitável coleção de pesadelos, porque já começou enfrentando dois - a batalha dos espetinhos, em Boa Viagem, e o lixo. Ambos ainda rendem.
Na vizinha Olinda, o prefeito Renildo Calheiros já elegeu o seu - a Avenida Presidente Kennedy, pela qual é cobrado de manhã, à tarde e à noite, sem outra resposta a não ser "eu apenas herdei, não inventei isso".
Calheiros também é candidatíssimo a passar o cargo deixando cheio de abacaxis um balaio que já encontrou razoavelmente abastecido.
Pela conversa, a calamitosa Vila Tamandaré, nas imediações do pesadelo-mor, a Presidente Kennedy, não vai sair da condição de gata borralheira, porque, ao menos a princípio, o que a administração tem para o local são apenas reparos.
Não muito longe dali, o mar ameaça engolir gordas fatias da pista, e moradores da orla de Rio Doce, vendo a hora não serem poupados dessa gulodice, devolvem a falta de providências com pragas que se pegam Calheiros, aparentemente, encara tudo com muito bom humor, inclusive os cupins que ameçam a maior riqueza de Olinda - suas igrejas.
Contra eles, o remédio é articulação para atrair parcerias na iniciativa privada, já que o poder de fogo do Iphan, entrangulado pela burocracia e a falta de dinheiro, assemelha-se ao de um traque.
Contudo, a vantagem do prefeito de Olinda sobre os demais é que, no fim das contas, pode atribuir a culpa toda a Duarte Coelho. Aliás, já começou a fazer isso.
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