Por João Valadares em 07.07.2009
Nossa amiga Isly Viana, repórter da TV Tribuna, nos escreve para falar sobre um assunto dos mais cruéis: o crack. Fala de impotência diante do poder devastador da droga e da ineficiência de programas sociais públicos para resgatar uma geração destruída.
Em maio, Isly exibiu, na TV Tribuna, uma série sobre prostituição infantil e crack. "Fiquei muito feliz com o resultado, pois conseguimos flagrantes e denúncias fortes. A matéria chamou a atenção de autoridades para o problema."
Pronto. Parou por aí.
"Hoje (dia 2 de julho), indo pro trabalho antes das 5h da manhã, vi várias das meninas que mostramos nas matérias lá, procurando programas ou compradores de crack."
O local é o giradouro de Olinda, na PE-15. Meninas se vendem para comprar o crack.
"Uma das meninas que mostramos na série, de 14 anos, que inclusive vi hoje (dia 2 de julho) cedo no mesmo local, foi assassinada à tarde depois de mais um dos 10 ou 15 programas que ela costumava fazer por dia, ao custo de 5 ou 10 reais."
A repórter conta da revolta diante da falta de ação dos poderes constituídos. "Apesar da frieza que nos atinge por fazermos matérias policiais todos os dias, não tive como não me emocionar, entristecer e me revoltar. Senti um pouco do desespero daquela mãe que desmaiou ao ver o corpo magro, seco pelo crack, judiado pela miséria da castigada menina."
A jornalista informa que não vai deixar essa história morrer.
"É isso! Não quero deixar essa história morrer! Vou divulgar a série no you tube e orkut, e tentar fazer um protesto, mesmo como uma formiguinha, em memória dela, de quem vou tentar não esquecer!"
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